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Publicado em: 12/06/2008
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Hupe comemora o milésimo transplante de rim*

 Luiza Reis / Palácio Guanabara    

    
  Aguinaga (à esq.) recebe os cumprimentos
  de Cabral diante de Cortes e Vieiralves (à dir.)

  

Em dois eventos, o governo do estado comemorou esta semana a marca de mil transplantes renais realizados pelo Hospital Universitário Pedro Ernesto (Hupe), vinculado à Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O transplante de órgãos tem sido motivo de grande preocupação das autoridades da área da saúde, tanto em Brasília quanto nos estados. No estado do Rio de Janeiro, uma importante ação foi desempenhada pela FAPERJ, que destinou, em 2007, R$ 2 milhões para o apoio à pesquisa em transplantes de órgãos e tecidos.

A primeira cerimônia para celebrar o alcance da marca teve lugar no Salão Nobre do Palácio Guanabara, na terça-feira, dia 10 de junho. Na ocasião, o governador Sérgio Cabral homenageou professores das equipes de Nefrologia e Urologia do Hupe, que foram agraciados com a medalha da Ordem do Mérito José Bonifácio, maior comenda conferida pela universidade. Dentre eles, estava o urologista Sérgio Aguinaga, Membro da Academia Nacional de Medicina e ex-professor titular da Disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj. Aguinaga fundou, há 32 anos, a Unidade de Transplante de Rins do Hupe. "O estado vive um momento de grandes investimentos, e, na área da saúde, estamos destinando R$ 100 milhões para a compra de novos equipamentos", disse Cabral. "A Uerj faz parte deste contexto", completou o chefe do Executivo estadual.

Para o reitor da Uerj, Ricardo Vieiralves, que participou da cerimônia, a comemoração reflete a alta competência do corpo médico do Hospital Pedro Ernesto. "O resultado que agora celebramos foi conquistado com muita respeitabilidade. É o retrato de uma universidade de ponta, que tem uma competência científica ímpar e um conhecimento que poucas instituições possuem. É uma marca de orgulho para o Estado do Rio de Janeiro", exaltou.

Segundo o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso, inserir a Uerj efetivamente no contexto do governo constitui uma determinação imposta pelo governador Sérgio Cabral desde o início de sua gestão. "Estamos trabalhando no sentido de fazer com que a Uerj não seja apenas um apêndice deste governo. No último ano, cumprimos a determinação constitucional de reservar 2% do orçamento tributário líquido para o fomento à pesquisa pela FAPERJ e acabamos de liberar R$ 9 milhões que serão investidos pelo reitor Ricardo Vieiralves na construção do bandejão da Uerj, na recuperação do centro cirúrgico do Hupe e na reforma dos banheiros e de outras instalações físicas. Nosso objetivo é consolidar a Uerj como referência do pensamento do estado no Brasil", declarou.

De acordo com o secretário de Saúde e Defesa Civil, Sérgio Cortês, o grande mérito do Hospital Pedro Ernesto é produzir conhecimento. "Os maiores profissionais saíram do Pedro Ernesto. Lá tem o saber e não apenas a produção. O estado está destinando recursos ao hospital para que os próximos transplantes sejam mais facilmente realizados", disse.

 Luiza Reis / Palácio Guanabara
     
   Segundo Cabral, a Uerj receberá parte dos R$
100 milhões investidos em saúde no estado do RJ 

Presentes à solenidade, Ronaldo Damião, professor titular da disciplina de Urologia da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Uerj e chefe do setor de Urologia do Hupe, e José Suassuna, professor titular da disciplina de Nefrologia da FCM-Uerj e chefe do setor de Nefrologia do Hupe, dois dos responsáveis por este grande acontecimento, ressaltaram a importância da marca atingida, com resultados muito satisfatórios, apesar da grande dificuldade encontrada.

Suassuna declarou que poucos centros no país atingiram o número de mil transplantes renais, "A marca vem coroar um planejamento feito há dois ou três anos, quando tomamos a decisão de que trabalharíamos para alcançá-la. Nosso desafio agora é chegar a 2 mil transplantes num espaço de tempo ainda menor", disse. De acordo com o professor, além do caráter de prestar assistência à população, o trabalho cumpre um importante papel na formação de equipes multiprofissionais e na geração de conhecimento para a pesquisa.

Já passaram pela equipe do Hupe mais de 120 médicos residentes, que hoje atuam em hospitais de todo o país. José Suassuna foi um dos contemplados no edital de Apoio à Pesquisa em Transplante de “rgãos e Tecidos, lançado pela FAPERJ em 2007. Ele classificou a disponibilização dos recursos para o projeto, intitulado Insuficiência Renal Aguda após o Transplante Renal: Análise de fatores de Risco e Efeito de Intervenções Dirigidas para sua Prevenção, como "insumos que chegam em momento oportuno para dar continuidade ao trabalho que vem sendo realizado pelo hospital".

O professor do Instituto de Biologia da Uerj Luís Cristóvão de Moraes Sobrinho Porto, contemplado no mesmo edital com um outro projeto, reconheceu que a marca de mil transplantes é significativa, mas faz questão de ressaltar que a fila à espera de transplante renal continua longa, com cerca de 3 mil inscritos. "É claro que ficamos todos satisfeitos por alcançar esses números, embora eles devessem ter chegado mais cedo. Mas diante do grande potencial do hospital, que conta com profissionais competentes, ficamos decepcionados com o que poderia ser feito se tivéssemos uma estrutura melhor nas unidades transplantadoras", diz. Coordenador do Laboratório de Histocompatibilidade e Criopreservação – responsável pela realização de exames que permitem verificar a compatibilidade entre doador e receptor –, Cristóvão diz que o apoio da FAPERJ permitirá a instalação de um novo equipamento no Setor de Hemoterapia, necessário para separar as células-tronco hematopoéticas. "Esse equipamento é fundamental para o transplante de medula óssea, que começou há três anos com transplante autólogo. O apoio da Fundação aos diversos projetos em desenvolvimento no hospital tem sido um grande estímulo para todos nós", ressaltou.

Divulgação Uerj     

   

 Acatauassú Nunes (de pé) destaca a importância
 dos transplantes para a população fluminense
 
 

Professor adjunto do Serviço de Cirurgia Cardíaca do Hupe desde 1974, José Jazbik Sobrinho atribuiu o feito ao empenho dos profissionais responsáveis pelo setor de transplante de rins do hospital. "As dificuldades de trabalho no Pedro Ernesto são imensas e só com um esforço pessoal é possível alcançar números como esses", disse o médico. Em 2007, Jazbik recebeu fomento da FAPERJ para desenvolver o projeto Reestruturação de um Centro Transplantador Cardíaco em um Hospital Universitário: um Grande Desafio. "Graças ao apoio da Fundação estamos conseguindo reaparelhar esse setor do hospital. Se no passado, foi possível realizar até 15 transplantes cardíacos num só ano, nos últimos anos o setor esteve praticamente parado. Em 2008, conseguimos reativar o serviço com a realização de um transplante", resigna-se. Ele lembra que o setor de cirurgia cardíaca do hospital já chegou a realizar 1.500 intervenções num mesmo ano, enquanto hoje elas não passam de 300.

Participaram ainda da solenidade no Palácio Guanabara, o vice-governador e secretário estadual de Obras, Luiz Fernando Pezão, e o secretário da Casa Civil, Regis Fichtner. Na platéia, inúmeros membros da Academia Nacional de Medicina, entre eles Marcos Moraes, atual presidente, bem como professores e demais profissionais dos setores de nefrologia e urologia do Hupe. Também estava presente o professor Irineu Rubinstein, ex-professor da disciplina de Urologia da Uerj e atual titular da disciplina de Urologia da UniRio, que durante longos anos participou deste importante projeto.

A segunda solenidade em comemoração pelo milésimo transplante teve lugar na quarta, dia 11, no Anfiteatro Ney Palmeiro, no Hupe. Na ocasião, compuseram a mesa principal, Acatauassú Nunes, a vice-reitora da Uerj, Maria Christina Maioli; a sub-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa da universidade, Mônica Heilbron; o secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso; e o titular da FAPERJ, Ruy Marques. Na ocasião, Marques, que também é professor da Uerj, na área de Técnica Operatória e Cirurgia Experimental, e com pós-doutorado na área de transplante de pâncreas, reafirmou o compromisso que o Governador e o Secretário de ciência e tecnologia têm com a Uerj, desde o primeiro dia da atual gestão. "A demanda altamente qualificada e crescente dos pesquisadores da Uerj vem determinando um aumento substancial do fomento à pesquisa destinado à instituição". Lembrou que "somente no edital de apoio aos hospitais universitários sediados no Estado, foram destinados R$ 2,9 milhões ao Hupe, enquanto no edital de apoio às universidades estaduais, R$ 6,9 milhões foram para pesquisadores da Uerj e, dentre eles, muitos também do hospital universitário", completou.

O diretor do Hupe, Rodolfo Acatauassú Nunes, destacou a importância dos transplantes para a população. "A marca representa a milésima pessoa libertada de uma qualidade de vida ruim, de uma perspectiva limitada para a sua vida, devolvendo-a para a sociedade numa situação de mais desembaraço para as suas atividades, e de uma certa forma liberta de um sofrimento psicológico que é a dependência da máquina de transfusão", disse o diretor geral da instituição. Para Nunes, o hospital realiza procedimentos de alta complexidade e o objetivo é ampliar os tipos de transplante realizados pelo Hupe. "Atingir a marca trouxe, sem dúvida, motivação para que as outras especialidades em transplantes busquem igualmente aumentar os seus números", disse.

Durante o dia, uma equipe de enfermeiros prestou serviços à comunidade, realizando exames de urina e dosagens de creatinina (para avaliar a função renal), na Praça Maracanã, no início da Av. 28 de Setembro. À tarde, no hospital, houve mais festividades, incluindo uma confraternização com a presença de pacientes transplantados e profissionais das disciplinas de Nefrologia e da Urologia.

* Com informações da Coordenadoria de Comunicação do Governo do Estado do Rio de Janeiro

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