Rosilene Ricardo
Divulgação/ Unati |
A valorização da saúde dos idosos é um dos objetivos das diversas atividades que são promovidas pela Unati |
Segundo o diretor, Renato Veras, só em 2007, 1.802 pessoas passaram pelos cursos desse centro de convivência, que faz parte da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Inicialmente criado como um programa vinculado ao Instituto de Medicina Social, da Uerj, a Unati atualmente é um dos mais avançados experimentos voltados para a terceira idade, com atuação nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. "Hoje, ela é estruturada como um centro de estudos, ensino, debates, pesquisas e assistência voltados para questões inerentes ao envelhecimento", explica Veras.
De um lado, a Unati promove estudos, debates, pesquisas e assistência à população idosa; assessora órgãos governamentais na formulação de políticas específicas; promove cursos, visando a integração à sociedade contemporânea; e presta assistência médica, jurídica e física, a essa população, oferecendo uma unidade de excelência com serviços comunitários. Do outro, capacita profissionais de várias áreas de conhecimento a lidar com os problemas da população idosa; promove análises comparativas entre os estudos sobre terceira idade realizados no Brasil e nos diferentes países; organiza seminários, publicações e documentos sobre o tema.
Rosilene Ricardo |
Atividades e sociabilidade entre os alunos ajudam a aumentar auto-estima e devolvem o prazer pela vida |
Para alunos como Odelita, a Unati representa o despertar de novos interesses e, com eles, de um redescoberto prazer pela vida. "Frequento a Unati desde a fundação, em 1993. Na época, uma amiga me chamou para conhecer as atividades, que estavam sendo iniciadas. A princípio, relutei. Achava que não tinha mais idade para estudar. Porém, me entusiasmei com o que vi. O primeiro curso que fiz, de biodança, me ajudou a sair da depressão. Tanto que estou aqui até hoje", recorda Odelita, enfatizando o aspecto social da convivência com outras pessoas de sua faixa etária igualmente interessadas em descobrir novos horizontes. Como ela, a aposentada Regina dos Santos Lopes se anima ao falar da Unati. "Imagina que sou da época do presidente Getúlio Vargas, mas só pude conhecer o Palácio do Catete quando participei da oficina de Som e Imagem. Vejo que, em plena terceira idade, estou me descobrindo", diz. Aos 74 anos, ela ainda faz parte do grupo de voluntários, que depois de orientados pela instituição repassam o que aprenderam aos idosos dos asilos.
Segundo o psicólogo Wallace Hetmanek dos Santos, professor do curso Reflexão e Envelhecimento Humano, uma das queixas mais frequentes dos alunos está ligada ao relacionamento com a família, que muitas vezes impõe aos idosos o que eles podem ou não fazer. "Isso aparece nos relatos que muitos deles trazem durante as conversas, nos grupos da nossa oficina. É interessante observar como, depois do início dos encontros, alguns deles começam a se soltar, a demonstrar maior interesse no que acontece ao seu redor. Tudo isso nos faz refletir sobre os efeitos, na prática, da socialização na vida desses idosos. Além disso, é preciso ter em mente que, há 50 anos, ser idoso era completamente diferente do que significa atualmente. Hoje, não se espera que ele tenha uma atitude passiva diante da vida", explica Santos.
Com uma semana de festividades, a programação das comemorações do 15 aniversário da Unati conta com uma missa na Capela Ecumênica da Uerj, o baile da Maturidade Plena e a inauguração do Ambulatório de Odontologia. "Queremos com isso mostrar que o projeto valoriza a cidadania das pessoas de maior idade", conclui Veras.
A Unati funciona de 8h30 às 17h, as inscrições para os cursos são abertas no início do ano, e as vagas são preenchidas por sorteio. Para tratamento nos ambulatórios, é preciso ter o encaminhamento da Unati ou do Hospital Pedro Ernesto.
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