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Publicado em: 30/04/2009

Resultados do Programa Multilab são apresentados em workshop na Fundação

Vinicius Zepeda

Pesquisadores discutem, na sede da Fundação, os resultados   alcançados com o Programa Multilab e apresentam sugestões

Não basta uma boa infraestrutura nos laboratórios, é preciso um trabalho constante de manutenção para garantir a continuidade das pesquisas. Essa foi a tônica do workshop "Impacto do Programa Multilab nas pós-graduações do Rio de Janeiro", realizado na sexta-feira, 24 de abril, na sala de reuniões da Fundação. No encontro, pesquisadores da pós-graduação de diversas instituições fluminenses apresentaram os resultados de seus projetos contemplados pelo Programa Multilab – um desdobramento do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Rio de Janeiro (PADCT-Rio), lançado pela FAPERJ com o objetivo de apoiar a realização da pesquisa científica inovadora por meio da aquisição de equipamentos ou acessórios estratégicos que impulsionem o setor.

Os recursos liberados visam ao apoio e à manutenção regular ou emergencial dos equipamentos e bens de consumo utilizados em laboratórios multiusuários, isto é, aqueles compartilhados por vários pesquisadores de diferentes instituições. Uma das instituições beneficiadas pelo programa que estiveram presentes no encontro foi a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), cujo Laboratório de Biologia Molecular, que desenvolve atividades típicas de multiusuários na área de medicina veterinária, foi modernizado a partir desse fomento.

Ao contrário do que pode parecer, a manutenção de um laboratório não é uma tarefa fácil. "Os equipamentos quebram e precisamos de peças de reposição regularmente, desde a substituição de uma simples lâmpada de ultravioleta queimada até a aquisição de outros materiais de consumo", disse a professora da pós-graduação em medicina veterinária da UFRRJ Rita de Cássia Menezes, acrescentando que, com os recursos, foi possível adequar o laboratório de acordo com as normas de biossegurança, restaurar a parte elétrica, calibrar micropipetas e consertar o termoreciclador, além da criação de um curso de extensão prático em biologia molecular.

Para ela, o lançamento de um edital específico para a manutenção laboratorial é uma ideia que deve ser reeditada. "O Programa Multilab dá aos pesquisadores autonomia e flexibilidade na gestão dos recursos para manutenção. Apenas com recursos de agências de fomento, como a FAPERJ, temos condições de consertar e de manter em funcionamento os laboratórios, devido à habitual demora no repasse de verbas decorrente da burocracia das universidades e aos recursos limitados", ponderou a veterinária, que estuda casos de parasitismo em gatos.

Outra instituição que marcou presença no workshop foi a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que teve vários laboratórios contemplados pelo Multilab. O Laboratório Multiusuário de Técnicas Histológicas, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da UFRJ, é um deles. "Com o apoio do programa, foi possível criar uma atmosfera favorável à cooperação científica na pós-graduação, com o compartilhamento de equipamentos e insumos para a biologia molecular. Parte dos recursos foi aplicada para melhorar as instalações dos biotérios de peixes e anfíbios", contou o professor do Departamento de Anatomia da ICB Vivaldo Moura Neto.

De acordo com o professor Vitor Ferreira, assessor da diretoria científica da FAPERJ e mediador do evento, o critério utilizado para a seleção dos projetos pelo programa foi o nível de qualidade dos cursos. "O Multilab, voltado para os cursos de pós-graduação com linhas de pesquisa multiusuários, contemplou apenas aqueles com conceitos 6 e 7, segundo a avaliação da Capes", disse.

Ferreira destacou que o workshop teve como mérito promover um canal de diálogo entre os pesquisadores e a Fundação. "A proposta é ouvir a comunidade acadêmica a respeito dos resultados da aplicação dos recursos do Programa Multilab e receber suas sugestões", concluiu o professor, lembrando que o encontro também foi uma oportunidade para promover um intercâmbio entre a produção laboratorial das universidades.

Veja a lista dos 11 pesquisadores que participaram do workshop:

1- Rita de Cássia Alves Alcantara de Menezes; Hemoplasmas em gatos domésticos e sua possível associação à infecção natural pelos vírus das imunodeficiências e/ou leucemias felinas; Laboratório de Biologia Molecular Multiusuário da UFRRJ.

2- Atila Pantaleão Silva Freire; Laboratório de Mecânica da Turbulência - Coppe/UFRJ. Programa de Engenharia Mecânica.

3- Kildare Miranda; Laboratório de Ultraestrutura Celular do Instituto de Biofísica, UFRJ.

4- Ana Paula Valente; Manutenção do Centro Nacional de Ressonância Magnética Nuclear; Instituto de Bioquímica Médica.

5- Luiz Henrique de Almeida; Apoio ao Laboratório Multiusuário de Microscopia e Microanálise do PEMM - Coppe/UFRJ; Programa de Engenharia Metalúrgica e de Materiais.

6- Mohammed El Massalami; Manutenção de equipamentos do Laboratório Multiusuário de Magnetismo e Supercondutividade; Instituto de Física, UFRJ, Departamento de Física dos Sólidos.

7- Tacio Mauro Pereira de Campos; Laboratório de Geotecnia e Meio Ambiente do DEC; PUC-Rio.

8- Maria de Fatima V. Marques; Laboratório Multiusuário do Programa de PG do IMA/UFRJ.

9- Vivaldo Moura Neto; Laboratório Multiusuário de Técnicas Histológicas – LMTH; Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ.

10- Raul Edgardo Rapp; Laboratório Multiusuário de Baixas Temperaturas e Altos Campos Magnéticos; Instituto de Física, UFRJ.

11- Luiz Landau; Laboratório de Métodos Computacionais em Engenharia – Lamce; UFRJ; Programa de Engenharia Civil.