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Publicado em: 16/07/2010
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Quando as rochas nos contam histórias sobre a natureza fluminense

Vinicius Zepeda

    Divulgação/DRM-RJ

              
           No município de Bom Jardim, centro fluminense, projeto 
           foi implantado num roteiro de turismo ecológico e rural

As formações rochosas que compõem o relevo do estado do Rio de Janeiro são muito mais do que belas paisagens; elas são verdadeiros monumentos geológicos que nos ajudam a contar um pouco a história da transformações naturais do continente, com um enorme potencial de exploração para o turismo ecológico. Essa é a opinião dos especialistas do assunto. Para difundir este conhecimento entre a população fluminense e ajudar na preservação desse patrimônio, pesquisadores ligados ao Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ) criaram, em 2001, o projeto Caminhos Geológicos, com a elaboração de diversos painéis explicativos para contar a população sobre a história geológica fluminense. Implantado inicialmente em Búzios, região dos Lagos, o projeto hoje já é realidade em mais de 30 municípios, com mais de 90 painéis explicativos e placas indicativas destes locais em todo o estado. Já no ano de 2008, com auxílio do edital Apoio à Difusão e Popularização da Ciência, um trabalho coordenado pelo geógrafo e professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Antônio Soares da Silva e pela geóloga Kátia Mansur, do DRM-RJ, serviu para realizar a primeira pesquisa com o público visitante para verificar o entendimento das placas. Além disso, foi criado um site reunindo as informações do projeto.

No site estão disponibilizadas fotos das paisagens geológicas, o conteúdo de todas as placas e informações sobre a história do projeto, publicações geradas pelos pesquisadores, sessão para dúvidas e críticas do público, além de jogos interativos para o visitante infanto-juvenil. Antes do site, a resposta do público era pouco eficiente, pois só quem copiava o endereço de e-mail do DRM-RJ, escrito nas placas, podia entrar em contato. “Agora recebemos em torno de 1.500 visitas por mês em nossa página eletrônica. Já percebemos que os estrangeiros rapidamente abandonam a página devido às dificuldades com o idioma. Por isso, para aumentar a comunicação com o público, estamos traduzindo para o inglês todas as placas e providenciando para daqui a algum tempo ter também uma versão do site em inglês”, explica Soares.

O geógrafo Antônio Soares da Silva destaca alguns dos monumentos geológicos e roteiros de turismo ecológico espalhados pelo estado. O Pão de Açúcar é o mais conhecido, entretanto, poucos sabem que suas rochas são tombadas como patrimônio natural e, portanto, não podem ser retiradas amostras ou pedaços de rocha. A maioria das rochas do Rio de Janeiro se formou durante a era paleozóica, há cerca de 500 milhões de anos. Na época, vários continentes se aproximaram lentamente e se aglutinaram para formar o enorme Gondwana. O resfriamento do magma do interior da Terra formou o granito que vemos em vários pontos da cidade. “No caso específico do Pão de Açúcar, suas rochas são conhecidas como gnaisse facoidal: um granito formado e deformado nas porções inferiores da crosta terrestre (a pelo menos 25 quilômetros de profundidade)”, explica Silva. Outro exemplo está no município de Casimiro de Abreu, região dos Lagos. “É onde está localizado o morro de São João, no meio de uma grande planície. Seu relevo é uma evidência de que ali existiu, há cerca de 60 milhões de anos, uma forte atividade magmática, que poderia ter formado um  vulcão, embora não haja comprovação de que isso efetivamente tenha ocorrido”, complementa.

Divulgação/DRM-RJ 
Pão de Açúcar: rochas tombadas pelo patrimônio natural         

O estabelecimento de parcerias não apenas com agências de fomento como a FAPERJ, com empresas públicas ou privadas e também com prefeituras foi outro ponto verificado pela equipe coordenada por Soares da Silva para o desenvolvimento do projeto Caminhos Geológicos. “No município de Bom Jardim, região centro fluminense, o projeto foi implantado num roteiro de turismo ecológico e rural”, lembra Soares. Em outras cidades, como Campos dos Goytacazes e Macaé, no norte fluminense, também poderemos criar um roteiro de turismo ligado ao ciclo do petróleo”, acrescenta.

Já em relação à pesquisa sobre o entendimento das placas, realizada em Búzios e em outros municípios no ano de 2008, a equipe detectou a necessidade de reformular a disposição gráfica dos elementos visuais dispostos. “Como havia muito texto junto às ilustrações ou fotos, as pessoas não sabiam onde começar e terminar de ler. Com ajuda de profissionais de letras e comunicação visual, reformulamos o material, criando uma estrutura de colunas para facilitar a compreensão e ordenar a leitura”, lembra o geógrafo.Todas as novas placas, assim como as que necessitam de manutenção, já estão com este novo lay-out. “Além disso, as pessoas também sugeriram novas formas de comunicação, como folhetos. Assim, estamos elaborando  uma cartilha voltada para a educação de pré-adolescentes”, complementa. Outro ponto observado foi a necessidade buscar materiais mais resistentes à ação de vândalos e à deterioração pela ação da própria natureza.“Substituimos a madeira e o metal por materiais alternativos, como tubos de PVC preenchidos com concreto, que agora estão mais bem posicionados para evitar a incidência dos raios solares, e investimos numa melhor impressão das imagens dos painéis”, afirma Soares.

Ainda com o apoio da FAPERJ, a equipe confeccionou uma caixa de madeira com gavetas para transportar amostras de rochas para exposições itinerantes e feiras de ciências. “As rochas foram expostas na exposição Caminhos de Darwin, que ocupou a Casa da Ciência/UFRJ no final de 2008”, conta. Como professor, o geógrafo passou a utilizar o site do projeto como forma de auxiliar o ensino de seus alunos. “Peço para eles pesquisarem determinados roteiros na página e quando vão visitar os locais vêem na prática o que já aprenderam pela consulta na internet”, explica. Por último, ele destaca que algumas escolas do estado utilizam os roteiros geológicos, seguindo as placas, para ensinar seus alunos. “Além disso, qualquer escola interessada em receber palestra de qualquer um dos participantes do projeto pode entrar em contato com a equipe pelo site e agendar uma visita”, concluiu Soares.

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