Danielle Kiffer
Leandra Melim |
Investigação: jogadores assumem o papel de detetives para |
Célula Adentro demorou cerca de oito anos para ser desenvolvido e é indicado tanto para alunos do ensino médio quanto do superior. Formulado a partir da abordagem do aprendizado por meio da solução de problemas, o jogo traz, desenhada sobre o tabuleiro, uma enorme célula, por onde se locomovem os peões dos jogadores. Os diversos casos propostos abordam aspectos relacionados ao estudo da célula: O Hóspede do Barulho (sobre a origem da mitocôndria), O Caso da Membrana Plasmática, Surfando na Célula (sobre infecção viral), Um por Todos (aborda a morte celular) e A Pérola do Nilo (sobre biologia forense). Passando pelas organelas (mitocôndria, lisossomo, citoesqueleto, entre outros), os jogadores podem adquirir cartões com diferentes pistas sobre o caso.
"O interessante do jogo é que nenhuma pista, sozinha, ajuda os participantes a chegar a uma resposta final. É preciso associar ideias e raciocinar para conseguir chegar a uma solução", explica a bióloga. "Baseando-nos num ensino investigativo, o que queremos não é entregar respostas prontas aos estudantes, mas fazer com que eles pensem". As pistas trazem gráficos e figuras relacionadas a experimentos científicos. "O jogo é baseado na interpretação de pistas que podem ser esquemas, figuras, experiências ou resultados científicos originais com os quais a comunidade científica se deparou. Desta forma, os alunos são motivados a agir como investigadores e a chegar a suas próprias conclusões. Nossa intenção é que os alunos se familiarizem com a linguagem científica de forma lúdica", acrescenta.
Gutemberg Alves |
Disponível na internet, o jogo pode ser baixado gratuitamente |
Célula Adentro pode ser jogado de dois modos diferentes: contra o relógio, em grupos de quatro a 12 integrantes, trabalhando em conjunto para chegar à solução o mais rápido possível, ou em grupos que competem entre si. De uma forma ou de outra, tudo é supervisionado por um professor, que encontra as instruções e sugestões do jogo num folheto explicativo. "Apesar de apresentarmos duas formas diferentes de jogar, acreditamos que a melhor delas é a cooperativa, na qual todos se unem para solucionar o caso num tempo pré-determinado. Pelo que constatamos em nossas avaliações, os alunos gostam bastante desta estratégia. Jogando contra o relógio, há estímulo para o trabalho em grupo, os participantes acabam aprendendo uns com os outros e percebem a importância das contribuições de cada um", explica Carolina.
Para a bióloga, o objetivo não é somente ensinar conceitos de biologia aos estudantes, mas fazê-los entender como foi construído o conhecimento acerca de cada teoria. "Num dos casos propostos, o Surfando na Célula, abordamos a herpes. Assim, os alunos aprendem como os cientistas descobriram qual o mecanismo que o vírus Herpes simplex usa para chegar ao núcleo da célula", acrescenta. No final, quando uma equipe acha que já resolveu o problema, deverá comparar a solução que escreveu no bloco de notas (que vem incluído no jogo) com a que é apresentada no caderno de soluções", fala.
"O jogo traz alegria para a sala de aula, permite que os alunos e professores brinquem de pesquisadores e desperta o interesse pela investigação científica. Ele já foi até tema de teses de mestrado e doutorado, avaliado positivamente em escolas do ensino médio, universidades brasileiras e no exterior", fala a pesquisadora Tania Araújo-Jorge, diretora do IOC/Fiocruz, que também participa da coordenação do projeto.
Animados com a experiência, os integrantes da equipe já começam a desenvolver outra brincadeira nos mesmos moldes. Desta vez, voltado para o ensino fundamental, o jogo explora o corpo humano e envolve temas como obesidade e sedentarismo. Para quem se interessou em jogar uma partida de Célula Adentro, basta aguardar que o site www.celulaadentro.com.br entre no ar, em breve, para baixar uma cópia gratuita.
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