Vinicius Zepeda
Divulgação/CTAA/Embrapa |
No Colégio Técnico Agrícola da UFRRJ, |
Iniciado em 2009, o trabalho envolveu a participação de pesquisadores da Embrapa, que ministraram cursos em dois colégios agrícolas do estado. Em Pinheiral, município do sul fluminense que tem como principal vocação a criação de gado de corte e de leite, e contribui com 4% da produção agrícola da região – com destaque para cana de açúcar, feijão e milho –, o projeto foi desenvolvido no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, no campus Nilo Peçanha (IFRJ, antigo Colégio Agrícola Nilo Peçanha). Na cidade de Seropédica, região metropolitana do estado com forte vocação para a produção de hortaliças orgânicas, pecuária de leite e de corte, caprinocultura, ovinocultura e criação de pequenos animais, como coelhos e codornas, foi escolhido o Colégio Técnico Agrícola da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (CTUR).
No IFRJ de Pinheiral, foram realizados dois cursos de boas práticas de fabricação (BPF) de alimentos e um curso prático de produção de queijos prato, mussarela e minas do tipo frescal. No total, esses cursos contaram com a participação de 47 pessoas, entre alunos, funcionários e professores, 21 deles só nas aulas de queijos. "Já no CTUR, em Seropédica, foram treinadas 29 pessoas em dois cursos: 15 em turismo rural e 14 em produção de queijos", complementa a pesquisadora. Isso mostra que houve receptividade à iniciativa.
Renata Torrezan orgulha-se da avaliação extremamente positiva feita pelos alunos em relação aos cursos. No CTUR, apenas dois dos 14 alunos do curso de turismo rural não se mostraram inteiramente satisfeitos com o alcance dos objetivos propostos. "Eles sugeriram que a visita técnica realizada em uma propriedade que se dedica ao turismo rural fosse mais bem explorada", lembra. Já em relação às atividades, apenas um aluno de produção de queijos e outro de turismo rural fizeram sugestões de melhorias. "No primeiro caso, foi destacada a dificuldade de aplicação prática dos conhecimentos adquiridos devido à aquisição do material, enquanto no curso de turismo rural, o aluno sentiu falta de um pouco mais de prática dos conhecimentos adquiridos", acrescenta.
Cursos variados para o futuro
Alunos do curso de BPF de alimentos no IFRJ em Pinheiral |
Além dos cinco cursos oferecidos nas duas instituições, foi construída uma página na internet para divulgação das atividades (http://www.ctaa.embrapa.br/projetos/difusao), assim como também foi criada uma rede de relacionamentos e de comunicação, em que foram cadastradas 45 instituições de pesquisa, ensino, extensão, associações e cooperativas, e órgãos governamentais que atuam na região de Pinheiral e Seropédica. "Também realizamos o fórum de debates Oportunidades, Financiamento e Legislação Sanitária para o Processo de Alimentos, com carga horária de 8 horas", relata Renata. Realizado em Pinheiral, o evento contou com 81 participantes, produtores, técnicos, alunos e público leigo. "Dos muitos comentários feitos após o debate, houve também novas sugestões de diferentes palestras, com temas que variavam desde panificação, produtos de origem vegetal, como picles, doces em barra e geléias à legislação para agroindústrias, assuntos relativos à legislação de alimentos e boas práticas de fabricação. Os alunos também demonstraram interesse em ouvir produtores rurais falando sobre sua experiência", completa Renata.
Para a pesquisadora, foi sua experiência de doze anos no setor de extensão da Embrapa que a motivou a divulgar o conhecimento prático que adquiriu nos laboratórios da instituição. "Acostumada a sempre prestar consultoria a produtores rurais, percebi que precisava divulgar conhecimentos a um público mais amplo", explica. Segundo Renata, existem diversos programas para difundir conhecimentos químicos, físicos e biológicos, mas poucos para explicar a ciência envolvida no processamento de alimentos. "E não podemos desperdiçar a importância do enorme potencial que ainda existe no setor agroindustrial brasileiro", afirma. Para a engenheira de alimentos, será preciso divulgar ainda mais esse conhecimento. "Só assim o pequeno produtor terá condições de se manter no campo não apenas mantendo uma produção de subsistência, mas fazendo prosperar seus negócios, gerando riquezas em sua região e contribuindo para o crescimento do País", conclui
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