Elena Mandarim
Diana Herzog |
Palhaços Catarina e Custódio se apresentam na pediatria do Hospital da Lagoa: alívio das tensões emocionais durante os procedimentos médicos |
O projeto – primeiro programa do país de formação de estudantes universitários de teatro na linguagem clown (palhaços) para atuação em ambiente hospitalar – teve início em
Ana destaca: “a atuação da FAPERJ tem sido importante, principalmente, pela sensibilidade com que tem diversificado os campos do conhecimento. Os recursos obtidos, por meio do edital de Apoio a Projetos de Extensão e Pesquisa de 2010, têm sido importantíssimos para dar continuidade ao projeto”, diz a coordenadora.
De acordo com Ana, foram os resultados de sua tese de doutorado que embasaram o desenvolvimento da metodologia de formação dos enfermeiros-palhaços, utilizada no Enfermaria do Riso. “Apesar de ter se iniciado como um projeto de extensão, hoje o programa é interdisciplinar, com integração do ensino acadêmico, da extensão social e da pesquisa institucional”, diz.
A formação básica inclui um módulo teórico e outro prático. No primeiro, o estudante passa por um programa de capacitação constituído por três seminários de estudos dirigidos. Cada um enfatiza uma grande área temática entre criança, saúde e palhaço, sempre relacionando a linguagem clown à prática terapêutica. “Acompanhando os seminários, há o que chamamos de supervisão psicológica. Trata-se de sessões de terapia em grupo, que visam amadurecer emocionalmente algumas questões surgidas durante a experiência no hospital, tais como o óbito de uma criança, ou a relação com uma criança sem acompanhante”, acrescenta Ana.
Na parte prática, ministram-se exercícios que ativam a percepção do espaço, do outro e do tempo. Para a pesquisadora, as atividades ajudam na formação de um grupo forte e coeso, capaz de sustentar as variações das experiências que se sucederão dentro do ambiente hospitalar. “Nessa fase, buscamos que cada aluno encontre sua habilidade particular, na intenção de formar uma identidade artística. Introduz-se, também, o trabalho de formação das duplas e investe-se no exercício de técnicas de comicidade”, explica.
Da formação complementar fazem parte minicursos, que enfatizam tanto o conhecimento acerca do crescimento da criança quanto a importância do brinquedo e do próprio ato de brincar. Segundo Ana, há também cursos de extensão ministrados por artistas profissionais convidados, os quais transmitem suas experiências e promovem treinamento específico sobre a atuação de palhaços em hospitais.
Os três pilares do programa
Diana Herzog |
Produção de espetáculos garante que alunos estejam em contato com a prática teatral. Já foram produzidos dois: PalhaSOS e Espera-se (foto) |
Ana conta que o programa abrange ainda a criação de espetáculos pelos alunos, o que garante que estejam sempre em contato com a prática teatral. “Até o momento já produzimos dois. O primeiro, PalhaSOS, que ficou em exibição de
De acordo com a pesquisadora, o Enfermaria do Riso vem se sobressaindo pela metodologia usada. “Nos encontros internacionais sempre somos anunciados como o único programa de formação universitária de enfermeiros-palhaços”. Para ela, é interessante observar que o progresso do programa ocorreu concomitante com o crescimento do próprio mercado de trabalho. “Hoje, podemos afirmar que há uma demanda de palhaços para atuar
Apoiado na boa formação dos estudantes, na intensa relação com os profissionais de saúde e na prática dos alunos, por meio da criação de peças teatrais, o Enfermaria do Riso evolui. Segundo Ana, a cada ano o programa ganha mais adeptos, conseguindo assim ampliar o atendimento. Bom para as crianças que por mais que não possam fugir daqueles procedimentos hospitalares, passarão por eles de forma mais descontraída.
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