Divulgação/Ciclus Ambiental |
Inaugurado recentemente, o aterro de Seropédica promete ser |
A pesquisadora da UFRRJ explica que, no Brasil, metade do total de resíduos sólidos urbanos gerados é despejado de forma inadequada em vazadouros a céu aberto popularmente conhecidos como ‘lixões’, em áreas alagadas, aterros controlados e locais não fixos. "Em muitos casos, o produto da decomposição do lixo é drenado diretamente para rios próximos do aterro, o que causa danos ambientais e afeta a saúde das populações de seu entorno", completa. Ela ainda destaca a questão das desigualdades econômicas da sociedade brasileira como fator gerador de diferenças de consumo. "O que é resíduo para uns pode ser objeto de consumo para outros. Certamente, se trabalharmos de forma mais organizada, a reutilização de produtos será mais intensa e com melhores resultados", destaca.
Entre as melhores e mais modernas técnicas a serem utilizadas na reciclagem do lixo, Adriana destaca o reuso dos rejeitos da construção civil e de sua utilização na própria construção e da transformação do lixo em energia. "Os resíduos da construção civil frequentemente são descartados de maneira inadequada. Só recentemente têm sido implementados procedimentos de reciclagem de resíduos da construção industrial em centros de reciclagem de resíduos de maiores dimensões", afirma. "No município de Cantagalo, na região serrana fluminense, pude participar de um trabalho junto com a equipe de pesquisadores do Grupo de Estudo em Tratamento de Resíduos Sólidos (GETRES), da Coppe/UFRJ. A empresa cimenteira Lafarge vem empregando, a partir da pesquisa, resíduos urbanos sólidos como fonte energética para a produção de cimento", completa.
Divulgação/Inspector Engenharia |
A transformação do lixo em energia, já utilizada nos países |
Estado do Rio irá quintuplicar número de aterros sanitários
Especialista em saneamento ambiental, coordenador do GETRES e ex-orientador do projeto de pós- doutorado de Adriana Schueler na Coppe/UFRJ, Cláudio Fernando Mahler destaca que, nos últimos oito anos, o estado do Rio tem obtido ganhos na busca de uma destinação adequada ao lixo. "Até 2002, o estado estava muito mal nesta área, quando então recebemos nosso primeiro aterro verdadeiramente sanitário: O Centro de Tratamento de Resíduos (CTR) de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense", recorda Mahler. No dia 20 de abril foi inaugurado mais um local nestas condições: o CTR Santa Rosa, no município de Seropédica, que será operado pela mesma empresa que opera o aterro de Nova Iguaçu. Pode-se dizer que isso é uma garantia de qualidade. O local foi construído como uma alternativa ao fechamento do Aterro de Gramacho, em Duque de Caxias – espaço para onde anteriormente eram destinadas as cerca de nove mil toneladas de lixo produzidas por dia somente nas cidades do Rio de Janeiro e de Duque de Caxias. "Em breve, deveremos aumentar esse número com a construção dos três aterros sanitários que já estão quase concluídos nos municípios de Barra Mansa, Itaboraí e São Gonçalo", complementa.
O pesquisador Cláudio Mahler também destaca a necessidade de um debate mais franco entre as universidades e as empresas que administram os aterros sanitários. Para ele, quando um aterro sanitário é instalado numa região, a população do seu entorno ganha um problema. "Cabe às prefeituras locais, às universidades e instituições de pesquisa sentarem, conversarem e verem os benefícios que possam adquirir. Há espaço para negociação, de maneira que todos ganhem algo, e não somente a administradora destes espaços", defende Mahler. "Afinal, a sociedade toda produz lixo. Por que somente um pequeno grupo tem que administrar esses resíduos e lucrar com isso, em detrimento da maioria da população?", conclui.
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