Elena Mandarim
Movimento Rehabilita Rio/AACS |
Educação inclusiva: oito cursos foram ministrados com objetivo de capacitar e atualizar o corpo docente do IECD |
Segundo Maria Auxiliadora, já existe, em escolas públicas, um Núcleo Pedagógico Especializado (Napes) para atender alunos com necessidades especiais. Contudo, faltam atualização e qualificação do corpo docente. “São principalmente os professores em sala de aula que devem saber lidar com esses alunos, mas em geral eles não são preparados especificamente para isso”, ressalta a pesquisadora. Seu projeto, portanto, priorizou a capacitação profissional. “Especialistas em educação inclusiva, da própria Unisuam e de outras instituições, foram convidados a ministrar cursos teóricos, mostrando as formas disponíveis para operar uma política de inclusão bem-sucedida.”
Ao todo, foram abordados oito temas: panorama das atuais políticas públicas em educação inclusiva; apresentação da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como ferramenta eficaz para a inclusão de alunos surdos; demonstração da metodologia de assistência para deficientes visuais, como por exemplo, produzir apostilas em braille ou com letras grandes; demonstração das formas para permitir a acessibilidade dos alunos com diferentes deficiências físicas, ou com múltiplas deficiências; orientação sobre como lidar com a deficiência intelectual; com transtornos mentais; e, por último, com transtornos globais do desenvolvimento.
No próximo sábado, 21 de maio, no auditório da Unisuam, em Bonsucesso, haverá um dia inteiro de debates e oficinas, com a realização do I Seminário de Avaliação do Projeto MAEE. O objetivo é relembrar os oito pontos discutidos e oferecer um pouco de prática em cada um deles. “Pelo pouco tempo que tínhamos, só conseguimos levantar as discussões na teoria. No seminário, vamos oferecer oficinas de trabalho, para mostrar como a inclusão funciona na prática, discutindo, por exemplo, como um professor deve agir diante de um aluno com deficiência intelectual.”
Os interessados podem se inscrever até o dia 18 de maio, pelo e-mail projetomaee@gmail.com, informando sua participação em até duas oficinas. Maria Auxiliadora aposta em uma presença expressiva, visto que durante os cursos a frequência média foi de 50 espectadores. “Os cursos ficavam sempre bem cheios. Muitos professores, inclusive, me pediram para ter demonstrações práticas. Então, acredito que o seminário será um sucesso, além de uma excelente oportunidade para aprofundar o assunto”, aposta a pesquisadora.
Peculiaridades do MAEE
No âmbito do projeto, três modalidades de bolsas da FAPERJ foram disponibilizadas e beneficiaram, ao todo, sete pessoas durante um ano: Eloiza Elania Gentil Moreira Wandelli e Vanier Bernardino Matos, professores do IECD, receberam bolsas de Treinamento e Capacitação Técnica (TCT), Andrielle Alves de Oliveira, Jorge Vitor Pereira Soares e Vivian Pinheiro Viegas Trindade, alunos no ensino médio do IECD, receberam bolsas de pré-iniciação científica, conhecida como Jovens Talentos (JT); e Ana Paula Duarte da Silva e Cristiane Perciliano de Oliveira, alunos do Curso de Pedagogia da Unisuam, receberam bolsas de Iniciação Científica (IC).
Maria Auxiliadora conta que os bolsistas foram fundamentais para o desenvolvimento do projeto. “Todos ajudaram a organizar o material didático usado nos cursos, além de elaborar os convites e garantir uma boa divulgação no IECD e em outras escolas. A eficiência do trabalho em grupo foi comprovada pela alta frequência, incluindo a de professores de outras unidades”, relata a professora.
O próximo passo, conforme adianta Maria Auxiliadora, é produzir um CD ou uma revista eletrônica, com os artigos produzidos pela equipe do projeto. “Cada bolsista, juntamente comigo, ficou responsável por documentar e discutir um tema abordado. O objetivo é que possa servir como instrumento de apoio para professores e para futuras pesquisas”, destaca.
Para Maria Auxiliadora, a capacitação de alunos com necessidades especiais para o mercado de trabalho é um dos principais objetivos da escola inclusiva. “Assim, eles podem pleitear seus direitos sociais e, dentro de seus limites e descobrindo suas habilidades, podem se enquadrar no sistema produtivo da sociedade”, acredita a pesquisadora. “Contudo, a política inclusiva só pode ser bem-sucedida se as escolas assegurarem recursos mínimos, como qualificação curricular dos professores e reorganização do espaço físico de forma a garantir acessibilidade, entre outros”, conclui.
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