Vilma Homero
Divulgação / Faetec |
Nas maquetes, monitores mostram a estudantes o caminho |
O assunto é tema do curso que ela está ministrando durante a VI Jornada Acadêmica 2011, do instituto, que se encerra nesta sexta-feira, 3 de junho. Especialista em limnologia, o estudo da ecologia das águas continentais, Romilda coordena o museu e laboratório de Vida Aquática, que, com recursos do edital de Difusão e Popularização da Ciência, está sendo instalado nas dependências do instituto. Embora ainda necessite de obras para a sua conclusão, Romilda e sua equipe procuram sensibilizar estudantes das escolas da região para conhecer as diversas formas de vida aquática e, a partir daí, procurar preservá-la.
"Conhecer a vida que existe sob o espelho dágua é ainda um mistério para muita gente. O discurso científico fala em preservação da vida aquática, mas como preservar o que não conhecemos?", questiona a pesquisadora. Para Romilda, é preciso conhecer a fragilidade desses ecossistemas aquáticos, ser capaz de perceber como inúmeros fatores ambientais (luz, temperatura, oxigênio, pH, sais dissolvidos, entre vários outros), nem sempre perceptíveis, controlam a vida destes seres e são fundamentais a sua sobrevivência e, por tabela, à sobrevivência do próprio homem.
"Com isso, procuramos formar consciência crítica a respeito da necessidade de conservação dos ambientes aquáticos, da vida neles contida e da importância da preservação dos recursos naturais a eles associados, essenciais à vida humana. A água é o grande elo que une cada componente do planeta Terra e sustenta e permeia a vida terrestre", explica.
Para demonstrar como tudo isso acontece a crianças e moradores das comunidades à volta, o Museu e Laboratório da Vida Aquática fez, em 2010, várias apresentações itinerantes nas escolas e em eventos regionais. Na bagagem, a equipe levou espécimes, experimentos e maquetes, como forma de aproximar crianças, jovens e adultos da ciência não apenas como expectadores, mas como "cientistas", capazes de tirar suas próprias conclusões sobre a necessidade de preservação. "Num dos experimentos mais simples, mostramos, por exemplo, como óleo e outros poluentes sobre a superfície da água de um rio formam uma película que interfere na penetração da luz e como a luz é importante para o desenvolvimento das criaturas aquáticas", conta Romilda. Em outra atividade, a pesquisadora demonstra, com a ajuda de maquetes que mostram relevo de uma bacia hidrográfica, como as construções em várzeas e outras áreas de risco podem ser inapropriadas, uma vez que estas áreas fazem parte do rio, que se amplia em seu leito maior durante as cheias.
Divulgação / Faetec |
Romilda Lemos (ao centro) abraça três alunas de |
"A cidade de Paracambi ocupa um vale fluvial, foi construída praticamente por onde o rio corre. Com a urbanização e o crescente desmatamento, que ao eliminar as árvores da área também elimina mais uma forma de transpirar a água das chuvas para a atmosfera ou para o solo, também tornamos toda a região mais vulnerável à força das enchentes", alerta.
Além das atividades itinerantes, Romilda quer ver o museu e o laboratório de vida aquática funcionando em caráter permanente. Para isso, embora a sala de exposições já tenha sido concluída, falta terminar as obras para a instalação do laboratório, que está funcionando precariamente. "Pesamos talvez numa parceria com uma empresa, para contarmos com os recursos necessários não só para terminar a obra, mas manter o laboratório e o museu. Precisamos estreitar a aproximação do museu com o público e também capacitar, treinar e principalmente fixar estudantes do instituto para o trabalho no laboratório", planeja. Segundo Romilda, o laboratório deverá manter o monitoramento da bacia do Guandu. "É importante ter regularidade e constância nas análises dessas águas. É um trabalho de fundamental importância e, com certeza, temos uma contribuição a dar."
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