O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Conhecer o que existe nas águas para melhor preservá-las
Publicado em: 02/06/2011
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Conhecer o que existe nas águas para melhor preservá-las

Vilma Homero

 Divulgação / Faetec

 

 Nas maquetes, monitores mostram a estudantes o caminho
 dos rios e o risco para construções em locais inadequados

O rio dos Macacos e seus afluentes banham boa parte do município de Paracambi, parte da região metropolitana, 80 km a noroeste da cidade do Rio de Janeiro. Ele passa pelo centro da cidade e, como a maioria dos rios e córregos da região, recebe o despejo de esgoto sem tratamento de toda aquela área. É assim, carregado de resíduos residenciais, que ele chega ao Ribeirão das Lages, que, por sua vez, deságua no rio Guandu. É uma situação preocupante, já que todos esses córregos e rios fazem parte da bacia hidrográfica do Guandu, responsável pelo abastecimento de água potável aos cerca de 9 milhões de habitantes das cidades fluminenses. Para a bióloga Romilda Maria Alves de Lemos, do Instituto Superior de Tecnologia de Paracambi, é essencial monitorar as condições das águas desta bacia, para garantia da qualidade de vida de toda a população que delas dependem.

O assunto é tema do curso que ela está ministrando durante a VI Jornada Acadêmica 2011, do instituto, que se encerra nesta sexta-feira, 3 de junho. Especialista em limnologia, o estudo da ecologia das águas continentais, Romilda coordena o museu e laboratório de Vida Aquática, que, com recursos do edital de Difusão e Popularização da Ciência, está sendo instalado nas dependências do instituto. Embora ainda necessite de obras para a sua conclusão, Romilda e sua equipe procuram sensibilizar estudantes das escolas da região para conhecer as diversas formas de vida aquática e, a partir daí, procurar preservá-la.

"Conhecer a vida que existe sob o espelho dágua é ainda um mistério para muita gente. O discurso científico fala em preservação da vida aquática, mas como preservar o que não conhecemos?", questiona a pesquisadora. Para Romilda, é preciso conhecer a fragilidade desses ecossistemas aquáticos, ser capaz de perceber como inúmeros fatores ambientais (luz, temperatura, oxigênio, pH, sais dissolvidos, entre vários outros), nem sempre perceptíveis, controlam a vida destes seres e são fundamentais a sua sobrevivência e, por tabela, à sobrevivência do próprio homem.

"Com isso, procuramos formar consciência crítica a respeito da necessidade de conservação dos ambientes aquáticos, da vida neles contida e da importância da preservação dos recursos naturais a eles associados, essenciais à vida humana. A água é o grande elo que une cada componente do planeta Terra e sustenta e permeia a vida terrestre", explica.

Para demonstrar como tudo isso acontece a crianças e moradores das comunidades à volta, o Museu e Laboratório da Vida Aquática fez, em 2010, várias apresentações itinerantes nas escolas e em eventos regionais. Na bagagem, a equipe levou espécimes, experimentos e maquetes, como forma de aproximar crianças, jovens e adultos da ciência não apenas como expectadores, mas como "cientistas", capazes de tirar suas próprias conclusões sobre a necessidade de preservação. "Num dos experimentos mais simples, mostramos, por exemplo, como óleo e outros poluentes sobre a superfície da água de um rio formam uma película que interfere na penetração da luz e como a luz é importante para o desenvolvimento das criaturas aquáticas", conta Romilda. Em outra atividade, a pesquisadora demonstra, com a ajuda de maquetes que mostram relevo de uma bacia hidrográfica, como as construções em várzeas e outras áreas de risco podem ser inapropriadas, uma vez que estas áreas fazem parte do rio, que se amplia em seu leito maior durante as cheias.

 Divulgação / Faetec
 

 Romilda Lemos (ao centro) abraça três alunas de
          seu curso de formação de monitores

"Alertamos para as áreas de brejo, em geral consideradas de menor importância pelos moradores da área, embora constituam um ecossistema importante, contribuindo para transpirar a água das chuvas para a atmosfera, garantindo assim o equilíbrio e atenuando o efeito das enchentes." Segundo Romilda, em grande parte dos rios, em consequência do desmatamento, há carreamento de material para as margens. Isso faz com que o rio, entulhado de sedimentos, sofra assoreamento e até, em certos trechos, haja estrangulamento do leito fluvial.

"A cidade de Paracambi ocupa um vale fluvial, foi construída praticamente por onde o rio corre. Com a urbanização e o crescente desmatamento, que ao eliminar as árvores da área também elimina mais uma forma de transpirar a água das chuvas para a atmosfera ou para o solo, também tornamos toda a região mais vulnerável à força das enchentes", alerta.

Além das atividades itinerantes, Romilda quer ver o museu e o laboratório de vida aquática funcionando em caráter permanente. Para isso, embora a sala de exposições já tenha sido concluída, falta terminar as obras para a instalação do laboratório, que está funcionando precariamente. "Pesamos talvez numa parceria com uma empresa, para contarmos com os recursos necessários não só para terminar a obra, mas manter o laboratório e o museu. Precisamos estreitar a aproximação do museu com o público e também capacitar, treinar e principalmente fixar estudantes do instituto para o trabalho no laboratório", planeja. Segundo Romilda, o laboratório deverá manter o monitoramento da bacia do Guandu. "É importante ter regularidade e constância nas análises dessas águas. É um trabalho de fundamental importância e, com certeza, temos uma contribuição a dar."

Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes