Fotos: Fabrício Cruz / Digital Studio |
Na mesa, Marcia Pinto, Daniel Meniuk,Ruy Marques, Ana Lúcia Assad e o jovem cientistaLeandro Alves |
Iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o prêmio conta com patrocínio da Fundação Roberto Marinho, da multinacional General Electric e da empresa Gerdau. Todas, com exceção da Gerdau, estavam representadas na mesa de apresentação do prêmio, que também contou com o vencedor fluminense da edição 2010, Leandro Alves, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que concorreu na categoria graduado.
Apresentando o prêmio a uma platéia composta em grande número por jovens estudantes em visita à feira da FAPERJ, a diretora de Coordenação Nacional do CNPq, Ana Lúcia Assad, procurou incentivar a participação, mostrando números: desde o lançamento da premiação, em 1981, houve mais de 15 mil inscritos, 158 premiados, sendo 12 deles do estado do Rio de Janeiro, 3.300 instituições de ensino e pesquisa e 26 mil escolas de ensino médio participantes. Nesta edição, que tem prazo para inscrições até 31 de agosto, o tema será "cidades sustentáveis", abrangendo diversas linhas de pesquisa, que variam de planejamento urbano, gestão e conflitos ambientais à vulnerabilidade, risco e mudanças climáticas, nas várias áreas de conhecimento. Serão quatro categorias: graduado, estudante do ensino superior, estudante do ensino médio e mérito institucional, além da menção honrosa dada a um pesquisador com título de doutor. Os vencedores receberão prêmios que variam de R$ 10 mil a R$ 30 mil. Ana Lúcia pediu ainda aos professores que estimulassem seus alunos a inscrever projetos.
Para a coordenadora de projetos da Fundação Roberto Marinho, Márcia Pinto, o prêmio Jovem Cientistas é uma iniciativa já consolidada, que vem revelando pesquisadores jovens que pensam não apenas na carreira que estão iniciando, mas também em caminhos para enfrentar os problemas do País. Da mesma forma, o diretor da General Electric no Rio de Janeiro, Daniel Meniuk, frisou que nos 90 anos que a empresa tem no País, ela sempre foi pautada pela inovação. "É o que nos faz apoiar essa iniciativa e participar do prêmio, que tem se mostrado tão importante para estimular pesquisas e soluções inovadoras", falou. Ele anunciou também que o Rio de Janeiro foi a cidade escolhida para sediar o quinto centro de pesquisas da empresa. "É por acreditar na capacidade dos brasileiros e ter certeza do sucesso do empreendimento que a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida."
Diante do entusiasmo dos patrocinadores com os talentos que vêm sendo revelados – como o do doutorando Leandro Alves, um dos vencedores do ano passado, com seu projeto de utilização de óleo de fritura como matéria-prima para biocombustível –, Ruy Marques aproveitou para, brincando, "fazer uma consulta pública" ao diretor científico da Fundação, Jerson Lima. Ele sugeriu que cada um dos ganhadores do estado do Rio de Janeiro fosse também contempladocom uma bolsa de mestrado ou doutoradoNota 10, um dos programas-símbolo da FAPERJ. Ele explicou que essas bolsas têm valoresmais altos do que as do CNPq e da Capes. "Enquanto as de mestrado Nota 10 são de R$ 1.700, as de doutorado Nota 10 chegam a R$ 2.500. Além disso, Marques exaltou as diversas modalidades para premiação dos Jovens Cientistas: “Estamos falando aqui de formação de recursos humanos para a pesquisa. Esses jovens que podem começar a vivenciar a rotina de um laboratório com bolsas de pré-iniciação científica ou de iniciação científica têm despertada sua vocação para a pesquisa e a ciência", destacou Ruy Marques.
Pouco mais tarde, foi a vez de Jerson Lima propor que essas bolsas fossem ampliadas: "Vamos contemplar os vencedores fluminenses em todas as categorias, incluindo também os estudantes de ensino médio, com bolsas com valores diferenciados também os Jovens Talentos e os graduandos na Iniciação Científica , além dos pós-graduandos”, no que teve a concordância do presidente da FAPERJ.
Ao lado de Ruy Marques, o vencedor fluminense do prêmio Jovem Cientista de 2010, Leandro Alves |
Ele explica que com o uso do molibdênio, pode-se dispensar o acréscimo de enxofre, o catalisador habitualmente empregado para a transformação do óleo. "O problema é que o enxofre, usado para se manter o processo reacional – a quebra de moléculas de óleo para efetivar sua transformação –, é um contaminante. Ele é um dos responsáveis para a formação de chuva ácida. O que não acontece com o molibdênio", diz. Se no mestrado, foi feita a certificação de que o uso do molibdênio realmente funciona, no doutorado, Leandro está levando sua pesquisa um passo adiante, estudando a nível molecular como se processam as interações que permitem a transformação de óleo usado para biocombustível.
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