Elena Mandarim
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Livro mostra panorama de uma |
O pesquisador conta que, neste período, 13 jornais eram produzidos no Rio de Janeiro, cinco deles da chamada grande imprensa. "Atores de todas as representações sociais apareciam nas páginas dos jornais. Por uma análise minuciosa das fontes jornalísticas, conseguimos delinear o panorama político e socioeconômico da época", afirma.
No decorrer do livro, que foi oficialmente lançado no dia 16 de junho, são desenvolvidos dez temas importantes para a sociedade carioca no período. No capítulo assinado pela pesquisadora Alessandra Ciambarella, por exemplo, a discussão traz à luz as repercussões da transferência da sede da capital do Rio de Janeiro para Brasília, que ocorreu durante o governo de Juscelino Kubitschek (1956-1960).
Em outro artigo, de autoria da doutoranda Ana Maria da Costa Evangelista, mostra-se a importância do Serviço de Alimentação da Previdência Social (Saps) para os trabalhadores da cidade. Na Praça da Bandeira, os restaurantes populares ofereciam comida balanceada aos trabalhadores. E para o lazer, a área continha bibliotecas e discotecas, entre outras facilidades.
Já a doutoranda Claudia Maria de Farias destaca em seu artigo como os Jogos da Primavera (Olimpíadas exclusivamente femininas, idealizadas por Mario Filho, editor e proprietário do Jornal dos Sports) foram pensados para transpor o enorme preconceito que as mulheres esportistas sofriam.
O pesquisador Ricardo Antonio Souza Mendes analisa de que maneira a revolução cubana foi interpretada na imprensa conservadora, observando os diferentes sentimentos sobre Fidel Castro. "Ao analisarmos os jornais da época, fica claro que o democrata revolucionário Fidel Castro tinha, no começo, a simpatia da imprensa brasileira. Mas quando se declarou comunista, passou a ser questionado e a sofrer críticas duras", relata Ferreira.
No artigo de sua autoria, o pesquisador aborda a vida pública de Carlos Lacerda, político de extrema direita que governou o estado da Guanabara. "A análise mostra como a imprensa de esquerda reagiu ao impacto das inúmeras obras realizadas por Lacerda na cidade", diz.
O último capítulo também analisa a abordagem da imprensa em determinado episódio. Michele Reis de Macedo mostra como a mídia carioca cobriu o ocorrido no dia 25 de fevereiro de 1964, em que a Frente de Mobilização Popular, liderada por Leonel Brizola, foi impedida de realizar um comício, por conservadores da organização anticomunista, conhecida como Movimento de Mobilização Democrática. Nas análises, procura-se entender o panorama de radicalização política que culminou com o golpe militar, em 1 de abril de 1964.
Segundo Ferreira, sob a perspectiva dos jornais do Rio de Janeiro, outros assuntos foram também abordados, entre eles, a maneira como a imprensa popular descrevia os problemas vividos pela cidade; o impacto social produzido com o lançamento do satélite soviético Sputnik (1 satélite artificial lançado ao espaço); a relação da construção do Maracanã e a construção de uma identidade nacional; e a atuação sindical do Partido Comunista Brasileiro (PCB) para assegurar direitos trabalhistas.
O pesquisador destaca, ainda, que no âmbito do projeto foi criado um site voltado para os professores das escolas do ensino médio da rede pública e privada. "Nele, disponibilizamos vários artigos sobre o período 1945-1965, além de fotos, vídeos, bibliografias, documentos e dissertações de mestrado e doutorado" conclui. Os interessados no assunto podem conferir no endereço eletrônico www.brasilrepublicano.com.br
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