Vinicius Zepeda
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Tempo e custo para extração de petróleo em alto |
Uma nova tecnologia desenvolvida pela empresa Oilfinder, instalada na Incubadora de Empresas do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ), promete baratear os custos para a prospecção de petróleo no fundo do mar. Denominada modelagem inversa, consiste em, com o uso de modelagem computacional, recriar o caminho que o óleo vazado no fundo do oceano fez até chegar à superfície marinha. No nível do mar, as manchas de óleo são captadas através de imagens de satélites.
A nova técnica já foi testada com sucesso pela própria Oilfinder em uma área piloto na Bacia de Campos, situada a sudeste da cidade de Cabo Frio. Com recursos do edital Apoio à Inovação Tecnológica, da FAPERJ, a nova técnica será aplicada em toda a Bacia, e os resultados serão oferecidos a possíveis compradores por um sistema de visualização 3D em tablet, munido de um programa de segurança de dados para garantir o sigilo das informações.
Sócio da empresa junto com o geólogo Carlos Beisl, Manlio Mano destaca que a nova técnica é inédita no Brasil e, possivelmente, no mundo. “O método atual utiliza apenas imagens de satélite para verificar as manchas na superfície do mar, mas sem detectar quais falhas geológicas no fundo do oceano podem ser a origem daquele óleo”, afirma Mano. O oceanógrafo explica que a influência das correntes marítimas pode levar ao deslocamento de óleo do fundo até um raio de cem quilômetros de distância de sua origem. “Na técnica atual, a área de investigação é muito grande, o que aumenta as chances de erro. Conseguimos refazer em alguns dias o caminho que uma mancha fez do fundo até a superfície do oceano, reduzindo em até 75 vezes a área a ser investigada”, complementa.
Com auxílio de dados de satélite, é possível inferir se a mancha é decorrente de vazamento de navio ou de plataforma de petróleo. “Neste caso, não se trata de uma exsudação e podemos descartar a mancha para fins exploratórios”, explica Mano. “Outras etapas para identificar essas áreas são o processamento de imagens de satélite, reconstrução da circulação oceânica tridimensional em cada data de exsudação, aplicação da modelagem inversa às manchas identificadas e cálculo das áreas de exsudação no fundo do mar”, completa.
Divulgação/Oilfinder |
Manlio Mano (E) e Carlos Beisl: Modelagem inversa já identificou dez áreas de escape de petróleo |
O nível de confiabilidade da área calculada no fundo do mar é definido numa escala decrescente de
Apesar de tudo, Manlio Mano explica que a nova tecnologia não deverá substituir as etapas convencionais de um trabalho de prospecção de petróleo, mas servirá para aumentar a taxa de sucesso e reduzir custos. “Uma empresa que precisar furar dois poços para avaliar uma área, mas só tem recursos para um, poderá decidir com segurança qual o melhor ponto para fazer essa única perfuração”, exemplifica Mano.
Os sócios da Oilfinder esperam agora pela abertura das novas áreas de petróleo que serão oferecidas para exploração na 11 rodada de licitações da Agência Nacional de Petróleo (ANP), marcada para setembro, para oferecer seus serviços. “Já estamos oferecendo nossa técnica a empresas interessadas no leilão”, explicam Manlio Mano e Carlos Beisl. “Com ela, já identificamos dez áreas de escape natural de petróleo ao longo da foz do rio Amazonas até o Rio Grande do Norte. Agora, esperamos vender estes dados”, concluem.
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