Vinicius Zepeda
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Segundo o mapeamento, a região da foz do rio Paraíba
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O projeto agora está realizando trabalhos de campo para confrontar imagens do satélite com a realidade local. "Identificamos a foz dos rios Guaxindiba, Macaé, das Ostras e São João como as mais degradadas ambientalmente. A explosão imobiliária dos últimos anos nessas áreas é o principal fator para a degradação acelerada que vem ocorrendo", explica Ribeiro. "Em São Gonçalo, pudemos observar que 18% de vegetação foram subtraídos nos últimos anos. No litoral da Região dos Lagos, essa perda foi ainda maior, com menos 32% de vegetação de mangue na foz de importantes rios do estado", completa.
Até agora, o estudo identificou a parte norte da foz do rio Paraíba do Sul – ou seja, o ponto onde o rio encontra o mar – como a que apresentou o maior grau de preservação. Entretanto, Ribeiro adverte que isso parece ser por pouco tempo, já que a execução de grandes obras de engenharia para a implantação do Complexo Portuário do Açu, no município de São João da Barra e onde ficam as praias de Atafona e Grussaí, ameaça a preservação e biodiversidade desses ambientes. Atualmente, 30% da área do município pertencem a investidores particulares, nacionais e estrangeiros, que estão projetando pólos populacionais e uma nova cidade. A expectativa é de que a população local passe dos 30 mil habitantes atuais a 120 mil em apenas cinco anos. São perspectivas de crescimento muito rápido e em muito pouco tempo. "Apesar desses empreendimentos favorecerem o crescimento econômico da região, ele também provoca um rápido e forte impacto no ambiente costeiro e sobre as populações que nele habitam", explica Ribeiro. "Desta forma, é essencial nosso trabalho de mapear a ocupação humana nas planícies dessa região, uma vez que se trata de solo predominantemente instável, arenoso, pouco adequado para a agricultura e para construção civil ", complementa.
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Na praia de Atafona, vários fatores contribuem para acelerar o processo de erosão marinha, como o El Niño e o aquecimento global |
Ribeiro lembra que a destruição das áreas de mangues prejudica ainda a sobrevivência das populações que dependem do extrativismo de espécies típicas da vegetação aquática local. "No lado sul da foz do rio Paraíba do Sul, por exemplo, mulheres de pescadores há anos realizam uma exploração sustentável de certas plantas, como a taboa, para usar como matéria-prima para redes, bolsas, sandálias e enfeites", exemplifica Ribeiro. Ele ainda destaca a necessidade de elaboração de uma maior interação do governo do estado do Rio de Janeiro com as prefeituras municipais da região para o desenvolvimento de iniciativas que busquem aliar políticas públicas com mapeamentos técnicos competentes. "Aspectos sobre condicionantes oceanográficos, atmosféricos, astronômicos e meteorológicos devem ser priorizados e registrados em bancos de dados espaciais, permitindo a geração de séries históricas de dados físicos, medidos em determinado campo", afirma. Outro caminho é o que vem sendo realizado em São João da Barra, onde se vem buscando ampliar o número de estações terrestres de medição, no âmbito da Defesa Civil municipal. "É uma forma de se antecipar e gerir melhor, e com apoio técnico competente, situações de crises ambientais", conclui.
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