Vilma Homero
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No quadro-negro, o molde está pronto para ser fotografado, escaneado e a imagem inserida no computador |
"Foram os recursos do edital que permitiram a aquisição dos softwares. Foram cinco: plotter para riscar os componentes; programa de modelagem e de adaptação dos moldes para os diferentes tamanhos; software de criação de estilo; programa de digitalizar os moldes e outro para encaixá-los para corte de tecidos. A partir daí, a Gravité conseguiu ampliar de forma significativa sua produção", fala Domenico Caputo, consultor da confecção. Ele explica que antes de se modernizar com o uso da tecnologia, a empresa, criada em 1997, era apenas uma facção que costurava peças para marcas conhecidas.
"A questão é que isso a deixava vulnerável, sujeita às oscilações do mercado, já que dependia inteiramente dessas encomendas. Como, em busca de preços mais baixos, essas griffes podem adquirir peças prontas no exterior, em países de mão de obra barata, como a China, isso era bastante problemático", conta Caputo. Ele conta ainda que, a fábrica também ficava sujeita à sazonalidade das temporadas de coleções. "Nos intervalos, ficava com pouco trabalho, precisando às vezes demitir empregados."
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Na tela do computador, já digitalizado, o molde será adaptado ao tecido de forma a otimizar o corte |
Segundo Caputo, isso possibilitou à confecção criar e manter sua própria marca, de perfil popular. "Com isso, foi preciso investir e especializar mão de obra. O que significou não apenas contratar, mas também treinar funcionários tanto para utilizar os softwares, mas também para criar os modelos da marca. Dos 19 empregados que a Gravité tinha em 2009, hoje, são 27. E além das 18 máquinas, foram adquiridas mais quatro", conta Caputo. Mas esse esforço também significou manter o trabalho estável durante o ano todo. "Nas épocas em que as encomendas habitualmente caem, a Gravité continua vendendo suas próprias roupas. A confecção acaba atuando como amortecedor social e garante empregos fixos e estáveis numa das áreas mais carentes do município", explica o consultor.
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No computador, programas diferentes adaptam os moldes aos vários tamanhos e criam estilos |
Mas os planos da Gravité não param por aí. Pelo contrário, vão ainda mais longe. Para 2012, uma das metas é adquirir um espaço no centro de Caxias, onde além de fábrica, também haverá um showroom. "Já temos em vista um galpão de mil metros quadrados com tudo isso." Outro espaço, esse virtual, será o site de vendas na Internet, o valenttinafashion.com.br, que já está em desenvolvimento e deve entrar no ar daqui a uns 15 dias. "Como a confecção já produz com alto nível de qualidade, de acordo com a exigência das griffes que lhes encomendam peças, ela já tem também a possibilidade de pensar em exportação. Esse pode ser um foco futuro", planeja o consultor. Toda essa trajetória, é, sem dúvida, um exemplo para outras empresas do setor.
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