Vinicius Zepeda
Fotos: Divulgação/ECV |
No Espaço Ciência Viva, as futuras professoras aprenderam a ensinar ciências em oficinas interativas e experimentais |
"Os cursos de formação de professores acabam privilegiando a área de humanas e ensinando ciências de forma muito expositiva e pouco experimental", afirma o vice-presidente do ECV e coordenador do projeto, Robson Coutinho Silva. Para Coutinho, professor do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e Cientista do Nosso Estado da FAPERJ, é essencial que o ensino de ciências seja vivenciado na prática por meio de experimentos, facilitando tanto o trabalho do professor quanto a própria compreensão dos alunos.
Ao todo, o projeto contemplou 40 futuros professores do Colégio Estadual Júlia Kubitschek, 28 em 2010 e 22 no ano de 2011. Numa primeira etapa, um curso de duas semanas os capacitava a atuarem como mediadores no Espaço Ciência Viva. "Oferecemos atividades práticas e interativas em diferentes abordagens. Para entender as cores, por exemplo, trabalhamos com a sobreposição de luzes de diferentes comprimentos de onda", explica a professora e coordenadora pedagógica do projeto, Gabriela Dias Bevilacqua. "Uma oficina de modelagem com papel e cola ensina sobre as características físicas do mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. E um jogo chinês de encaixe de figuras geométricas Tangram é usado para desenvolver o raciocínio matemático. Tivemos também diversas outras atividades, como extração de DNA, horta em pequenos espaços, oficinas sobre sexualidade, jogos matemáticos, entre outros", lembra Coutinho.
Num segundo momento do projeto, sob a orientação de dois bolsistas do programa de Treinamento Capacitação Técnica (TCT) da FAPERJ, os futuros professores atuaram por nove meses como mediadores do ECV no evento Sábados da Ciência, em que grupos escolares e um público das mais variadas faixas etárias visitam o museu, onde são realizadas uma série de atividades voltadas para a divulgação científica. "Os mediadores não apenas respondem às perguntas, mas também instigam a curiosidade dos visitantes levantando questões e os levando a perguntar mais", completa.
Para Gabriela Bevilacqua e Robson Coutinho, os museus precisam contribuir para melhorar o ensino nas escolas |
Como resultado, além de um maior entendimento de como ensinar ciências, os normalistas, bolsistas modalidade Jovens Talentos, da FAPERJ, procuraram professores da 1 segmento do ensino fundamental do CEJK e de outros colégios para verificar quais as principais dificuldades encontradas entre seus alunos. Essas questões foram passadas ao ECV para propor atividades. Ela explica, por exemplo, que, entre os alunos do 4 e 5 ano, foi observada uma dificuldade na produção de textos. "Então, elaboramos a atividade de criação de histórias com um painel com bonecos de feltro. Nele, apresentamos o conteúdo de temas das ciências, como dengue, ecologia e cadeia alimentar", lembra Gabriela. Entre alunos do 9 ano do fundamental de outra escola, um jogo ajudava a explicar sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). "O jogo consistia em uma série de cartões com imagens de mitos e verdades sobre as DSTs. Dois grupos separados avaliavam o que transmitia ou não DST. Pudemos observar um enorme envolvimento dos alunos", acrescenta a professora.
O coordenador do projeto acrescenta ainda que quatro alunas que participaram do projeto receberam bolsas Jovens Talentos da FAPERJ para desenvolver material escolar para aulas de ciências junto aos professores do CEJK. Tanto Robson Coutinho quanto Gabriela Bevilacqua destacam que o projeto trouxe dois grandes ganhos para os futuros professores: aprender mais sobre ciências e também a lidar com o público. "Experiências como essas são essências para que os museus, como espaços não formais de ensino, possam ajudar a melhorar o ensino nas escolas de nosso País", concluem.
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