Elena Mandarim
Divulgação/Unesa |
Uma vez eliminada a infecção no canal do dente, a lesão na raiz regride até a cura |
Segundo Isabela das Neves Rôças Siqueira, professora da Faculdade de Odontologia, da Universidade Estácio de Sá (Unesa), há uma incidência bastante elevada dessa doença na população brasileira, devendo ser considerada inclusive como um problema de saúde pública. Ela explica que a retirada da lesão que envolve a raiz só é possível de forma cirúrgica, mas estudos mostram que, se a infecção no canal do dente for eliminada de forma eficaz, a lesão regride até a cura completa. "Por isso é importante que o tratamento da doença perirradicular seja eficaz", afirma Isabela. Ela coordena um grupo de pesquisadores que busca avaliar a eficácia de três diferentes protocolos clínicos para a eliminação da infecção bacteriana no canal radicular, de modo a manter a estrutura do dente saudável. A proposta foi contemplada no edital Pensa Rio, da FAPERJ, em que se visa apoiar o estudo de temas relevantes e estratégicos para o estado do Rio de Janeiro.
Um dos professores integrantes do estudo, José Freitas Siqueira Júnior, também da Unesa, conta que o tratamento é feito com instrumentos de corte, para retirar mecanicamente a infecção no canal do dente, e pela aplicação de substâncias antimicrobianas. "Temos vários protocolos distintos para executar esses procedimentos, como, por exemplo, a opção de empregar diferentes substâncias antimicrobianas", relata o pesquisador.
No projeto, cerca de 80 pacientes com lesões perirradiculares foram separados, aleatoriamente, em três grupos. Cada grupo recebeu um tratamento diferente. Siqueira explica que a quantidade de bactérias foi medida antes e depois dos procedimentos, por meio de métodos avançados de análise de DNA. A opção terapêutica que obteve melhores resultados antimicrobianos foi a que, ao final da limpeza do canal, seguiu-se uma aplicação da substância clorexidina e um curativo com hidróxido de cálcio e clorexidina, que permaneceu por uma semana.
Divulgação/Unesa |
Isabela e José Siqueira avaliaram a eficácia de |
Siqueira e Isabela comemoram: "Os resultados deste projeto já renderam mais de cinco artigos publicados em revistas internacionais de alto impacto, como o Journal of Endodontics, a principal revista americana da área; a International Endodontic Journal, publicação inglesa considerada como uma das mais importantes do setor; e Journal of Clinical Microbiology, outra importante revista científica. Os dois pesquisadores esperam que esses bons resultados também se reflitam em termos terapêuticos e ofereçam avanços para a própria eficácia dos protocolos de tratamento, prevenindo complicações sistêmicas e melhorando a qualidade de vida da população. Eles ressaltam que também fazem parte do projeto os professores Luciana Armada Dias, da Unesa, e Ricardo Guimarães Fischer, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), além de Julio Cezar Machado de Oliveira e Flávio Rodrigues Ferreira Alves, da Unesa, e Fábio Ramôa Pires e Carlos Marcelo da Silva Figueredo, da Uerj, todos os quatro Jovens Cientistas do Nosso Estado, pela FAPERJ.
Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes