Luciana Lopes |
Dançando para não Dançar: formação clássica e batida do hip hop se unem em coreografias ousadas |
No primeiro dia de apresentação, uma das coreografias fazia uma homenagem aos 100 anos do compositor Mário Lago, dançando um pas de deux inspirado na canção Nada Além. Em seguida, alguns clássicos, como variações de O Corsário e da Bela Adormecida. No segundo dia, uma união um tanto mais radical: em passos de formação clássica, sete bailarinos dançam músicas do rapper MV Bill, com arranjos do maestro Leandro Braga. A mesma coreografia foi apresentada em junho de 2013, na Ladeira dos Guararapes, para marcar a o início da atuação do grupo na comunidade do Cerro Corá, no Cosme Velho, Zona Sul carioca.
O grupo foi criado em 1995, pela bailarina Thereza Christina Aguilar, como forma de atrair jovens de baixa renda e órfãos para a dança. Ao longo de todos esses anos, o Dançando Para Não Dançar, que tem como padrinhos a bailarina Ana Botafogo e o cineasta Walter Salles, foi ampliando sua atuação. A sede da companhia, no Centro da cidade, foi reformada com apoio da FAPERJ. “Hoje, temos 1.500 alunos. Mas o nosso trabalho vai bem além de apenas ensinar dança a jovens. Fazemos trabalho corporal com crianças de creche e educação infantil da rede pública, procurando oferecer-lhes suporte socioeducativo, assim como a integração social de menores que vivem em situação de risco”, explica Thereza, coordenadora do grupo.
Imagem Carioca / Marcos AC |
O reconhecimento pelo trabalho da companhia, coordenada por Thereza Aguilar, já rendeu estágio para alunos no exterior |
A bem-sucedida união de clássico e popular foi ideia da coordenadora da companhia, ao perceber que o repertório clássico andava despertando cada vez menor interesse entre os alunos, em sua grande maioria, adolescentes. “Ao perceber como eles são atraídos pelo hip hop e pela funk , resolvemos bolar novas coreografias, como Favela, mesclando a dança clássica a essas batidas. Isso trouxe um novo interesse aos alunos”, fala Thereza. Incansável, ela já está pensando em novidades para breve. “Vamos fazer alguma coisa na área de meio ambiente.” Novas surpresas virão.
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