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Publicado em: 23/01/2014
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Uezo ganha laboratório para desenvolver pesquisas com terapia celular

Vinicius Zepeda

Divulgação/Sect 

         
     Microscópio com fluorescência por fibra óptica: com ele, é possível
                  detectar alterações nas proteínas das células


Nos próximos anos, os estudos na área de terapia celular ganharão força no Centro Universitário Estadual da Zona Oeste (Uezo). Ali, em dezembro de 2013, foram inauguradas as instalações do Laboratório de Terapia e Fisiologia Celular e Molecular (LTFCM) Antônio Carlos Campos de Carvalho. O nome faz uma homenagem ao pesquisador da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e um dos diretores da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, do Ministério da Saúde, por suas inúmeras pesquisas e contribuições nessa área.

Coordenado pelo professor Fábio da Silva de Azevedo Fortes, o laboratório ganhou uma série de equipamentos modernos, financiados com recursos dos editais de Apoio às Estaduais Uerj, Uenf e Uezo e Auxílio Básico à Pesquisa (APQ 1), ambos da FAPERJ, além de subsídios do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). "Adquirimos um microscópio confocal, com o qual será possível analisar a presença de proteínas em tecidos e células, além de suas possíveis interações. O equipamento também é capaz de gerar imagens tridimensionais de marcações proteicas e suas interações na membrana plasmática, ou mesmo no interior da célula, analisando alterações funcionais e estruturais que possam gerar patologias, entre elas doenças hepáticas ou cardíacas", descreve o pesquisador, que empreendeu projetos em parceria com Sérgio H. Seavra e Jéssica Manya.

Outro aparelho adquirido foi um microscópio de fluorescência por fibra ótica, usado em experimentos de microscopia convencional e de fluorescência. "Futuramente, vamos implantar no aparelho um mecanismo de microinjeção de corantes, que será responsável pela comunicação intercelular por junções comunicantes. Desta forma, ao injetar um corante de baixo peso molecular na célula, conseguiremos observar sua passagem para as células vizinhas, o que demonstrará, ou não, um comportamento alterado. O registro desses eventos será feito por um sistema de captura e processamento digital de imagens, controlado por uma central de processamento de dados de alto desempenho", acrescenta. Alterações na comunicação entre as células tanto podem indicar se há uma patologia em andamento, ou se se trata de uma resposta adequada do sistema imunológico. 

Ele destaca ainda a instalação de um ambiente de cultivo de células, com a regulação de entrada e saída de ar. Nesse ambiente funciona uma série de equipamentos, como os fluxos laminares com filtragem Hepa, que conferem segurança ao pesquisador que manipula a amostra, ao meio ambiente e a própria amostra, diminuindo sensivelmente os riscos de contaminação. Há ainda estufas de cultura de células, com controle por rede internet e wireless, em que é possível monitorar de qualquer lugar as condições dos cultivos em estudo. "Nesta sala de cultura, teremos condições de cultivar linhagens celulares e células primárias de animais. Já estamos nos preparando para que possamos, no futuro, fazer experimentos com material humano", destaca Fortes. 

O coordenador explica que o novo laboratório terá duas linhas principais de pesquisa: Estudos de mecanismo fisiológicos de comunicação celular em terapia celular e Comunicação celular em sistemas orgânicos. "Na primeira linha, destacamos os estudos envolvendo a capacidade de comunicação entre céclulas e tecidos, e as células-tronco – que conseguem se autorenovar e, dependendo do microambiente e dos estímulos recebidos pela célula no meio, se diferenciar. Essas pesquisas representam uma grande esperança para o tratamento de doenças crônicas cardiovasculares, como cardiomiopatia dilatada, além de doenças hepáticas, como cirrose", explica Fortes. Este projeto contará com a estreita colaboração de grupos liderados por cientistas renomados e especialistas na área de terapia celular, como Antônio Carlos Campos de Carvalho e Regina Coeli dos Santos Goldenberg, ambos do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Divulgação/Uezo
 O coordenador Fábio da Silva Fortes enfatiza a importância do       
novo laboratório em pesquisas e na formação de pesquisadores            
    
Na segunda linha de estudos do novo laboratório, ele destaca a importância da comunicação celular através de junções comunicantes (ou gap junction, do original em inglês), que controlam a passagem de moléculas, como íon, água e outros componentes celulares para que os tecidos mantenham suas atividades básicas. "Nos estudos envolvendo a comunicação celular por junções comunicantes, vamos avaliar a capacidade de comunicação entre as células fagocitárias do sistema imunológico, do tipo macrófagos, tanto em condições normais quanto em casos de infecções por parasitas ou por outros mecanismos. "No modelo de infecção parasitária, utilizaremos o Trypanossoma cruzi, causador da doença de Chagas, e tentaremos explicar como dá a comunicação entre as células neste ambiente de infecção, in vitro ou em modelo animal", complementa o pesquisador, que chama a atenção para o fato de que a doença ainda causa a morte de 5.000 brasileiros por ano.

Como lembra Fortes, durante a inauguração do laboratório, o professor Campos de Carvalho destacou que, por ter uma proposta distinta, voltada para a interação mais estreita com o setor biotecnológico e industrial, a Uezo está afinada com a linha política desenvolvida pelo Ministério da Saúde, que visa cada vez mais firmar parcerias no sentido de ampliar a participação da indústria farmacêutica nacional. "Já firmamos 90 parcerias que se traduzirão em oportunidades para novos profissionais, principalmente nos setores de biofármacos e biotecnologia. Recebemos recentemente o primeiro aparelho de ultrassom totalmente produzido no Brasil. Assim, fortalecemos o setor de saúde como um todo e firmamos cada vez mais a aproximação entre academia e indústria para este crescimento", destacou na ocasião, Campos de Carvalho.

Por último, Fortes destaca a importância dos trabalhos que serão desenvolvidos no laboratório. "Além de formar novos pesquisadores na área da biologia e da medicina, uma vez que estaremos orientando graduandos, mestrandos e doutorandos,  e contribuindo para o avanço nas áreas de saúde e biotecnologia, e consequentemente criando melhores  condições de vida para a população, o que é uma das metas da Uezo", conclui.

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