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Publicado em: 26/08/2002 | Atualizado em: 29/03/2022
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Matemática faz acerto de contas com a biologia

Matemática faz acerto de contas com a biologia

Encontro pioneiro revela importância dos enfoques quantitativos nas ciências da vida

Foi fazer biologia, porque de testava matemática”. A frase que os atuais quarentões costumavam ouvir nos bancos escolares nunca fez muito sentido. Afinal, Galileu já nos advertira que “o livro da Natureza é escrito na linguagem da matemática’’. Mas se isso tudo não bastasse, como explicar a grande afluência de jovens matemáticos, biólogos, ou vice-versa, que lotou o auditório do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro, de 2 a 4 de abril?

De olho no futuro da biologia e nas riquezas ainda pouco exploradas da matemática, 273 pesquisadores e estudantes participaram de 23 palestras no I Simpósio Brasileiro de Biologia Matemática e Computacional.

Na abertura do evento, que contou com apoio da FAPERJ, os pesquisadores não esconderam a satisfação de ter conseguido, após anos de luta, sensibilizar a comunidade acadêmica brasileira da importância dos enfoques quantitativos em biologia. “Estamos plantando isso há algum tempo e os resultados começam a aparecer. O próximo passo é sensibilizar o pessoal jovem. Nós temos a experiência, que é importante, mas para criar uma nova linha de pesquisa como essa é preciso que os jovens se formem com esta visão’’, afirmou Jacob Pallis, Diretor do IMPA.

“Acredito que já há pessoas em diversas universidades e centros de pesquisa trabalhando com temas classificados como de ‘biologia matemática”. O que nos motivou a promover este simpósio foi possibilitar o encontro dessas pessoas, de forma organizada, como uma área de interface, de forma mais intensa’’, resumiu Rubem Mondaini, professor do Programa de Sistemas e Computação da Coppe-UFRJ e presidente do simpósio.

Entre os destaques, a participação do matemático Alan Hastings (ver entrevista), presidente da Sociedade Internacional de Biologia Matemática, que teve a vinda ao Brasil possibilitada por apoio adicional do Decisions Systems Group, da Universidade de Harvard.

 

Entrevista:
Alan Hastings

Quais são as curiosas lições que a matemática pode nos ensinar sobre a natureza?
Ela é absolutamente vital se você quer pensar em preservar a natureza ou realizar o manejo de recursos renováveis, como pescado, ou se tem objetivos de conservação. Usa-se a matemática para calcular probabilidades e também para avaliar efeitos das mudanças globais, no sentido de avaliar qual será a resposta das populações de toda espécie. A idéia subjacente é que para fazer previsões você necessita de um modelo. Para ter um modelo em ecologia, você precisa da matemática porque está lidando com números.

Os gregos acreditavam que a natureza era um mundo de movimento ordenado, cíclico e regular. Afinal, a natureza é realmente caótica?
O interessante é saber qual é a importância relativa de forças internas e externas no controle da dinâmica dos sistemas naturais. É saber como sistemas que não são lineares, que apresentam ‘feedbacks’ não-lineares, filtram as informações externas para produzir as dinâmicas muito complicadas que observamos. Podemos explicar dinâmicas lineares. Se você dá um empurrão, o objeto se desloca a uma certa distância. Se dá um empurrão duas vezes mais forte, ele se desloca ao dobro da distância. Já em dinâmicas não-lineares, isto pode ampliar o ruído ou reduzi-lo, dependendo da força empregada no empurrão.

 

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