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Publicado em: 27/08/2002 | Atualizado em: 01/04/2022
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Laboratório da UFRJ disputa entre os melhores do mundo o credenciamento do Comitê

Laboratório da UFRJ disputa entre os melhores do mundo o credenciamento do Comitê

Uma iniciativa pio- neira na Améri- ca Latina para o esporte, o LAB DOP disputa, entre os melhores do mundo, o credenciamento oficial do Comitê Olímpico Internacional (COI). Toda a delegação brasileira que participará das Olimpíadas 2000 em Sidney, na Austrália, será avaliada pelo LAB DOP. Criado em 1989, o LAB DOP integra o Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (LATEDEC) da UFRJ e já  participou, a convite do Comitê Olímpico Internacional, das Olimpíadas de Barcelona, em 92, Atlanta, em 96, e do Pan-Americano do Canadá, em 99.

O LATEDEC funciona no Instituto de Química da UFRJ e desde 1984, data em que foi inaugurado, vem se destacando pelo desenvolvimento de trabalhos de alta tecnologia. Atualmente integram o núcleo LADETEC o Laboratório de Preparação de Colunas Capilares (LPCC), o Laboratório de Geoquímica Orgânica Molecular e Ambiental (LAGOA) e o Laboratório de Controle de Dopagem (LAB DOP). O professor titular do Departamento de Química Orgânica do Instituto, Francisco Radler de Aquino Neto, que é coordenador dos laboratórios, está bastante otimista em relação ao credenciamento oficial do laboratório pelo COI. Motivos não faltam: o LAB DOP já auxiliou mais de 40 federações despor- tivas, nacionais e internacionais. Na América Latina é o único que possui um aparato técnico e know how de alta tecnologia nos moldes do COI. Em entrevista exclusiva ao FAPERJ 2000, Francisco Radler revela mais detalhes sobre o trabalho realizado no laboratório.

FAPERJ 2000 - Como foi a participação do LAB DOP nas Olimpíadas de Barcelona , Atlanta e no Pan-Americano do Canadá? Francisco Radler - Nosso laboratório foi responsável pelo exame prévio de controle de dopagem da delegação brasileira que participou das Olimpíadas. Os técnicos do LAB DOP trabalharam no controle antidoping lado a lado com os técnicos dos laboratórios olímpicos encarregados das análises.

Já realizamos em torno de 45 a 55 mil análises de controle de dopagem no esporte.

FAPERJ 2000 - Como se deu o início deste trabalho na universidade?

Radler - Desde 1984 o LADETEC vem realizando serviços de pesquisa e desenvolvimento, envolvendo cromatogra- fia gasosa de alta resolução e espectrometria de massas, para indústrias e centros de pesquisas. Mas começamos realmente a trabalhar no controle de dopagem em 1989. Naquele ano realizamos o controle antidoping na Copa América de Futebol, por solicitação da CBF e do Dr. Eduardo De Rose, que é membro do Comitê Internacional. O LAB DOP foi fundado então, provisoriamente, nas próprias instalações do LADETEC. Ainda em 1989, o Ministério da Agricultura solicitou nossa participação no Programa Nacional de Controle de Resíduos Biológicos em Carnes. No ano seguinte, fomos contratados pela Confederação Brasileira de Volleyball (CBV) para o campeonato mundial masculino. FAPERJ 2000 - Estes trabalhos foram decisivos para a criação do laboratório?

Radler - Sem dúvida. Desde então temos auxiliado mais de 40 federações desportivas, nacionais e internacionais, empregando sempre a metodologia de referência do COI. Sob o credenciamento temporário do COI realizamos o antidoping do Mundial de Clubes da FIFA e o pré-olímpico de futebol, em janeiro e fevereiro de 2000.

FAPERJ 2000 - O LAB DOP também atua em outras áreas?

Radler - Sim, atuamos na análise de quimioterápicos e de apoio a clínica médica. Para isso temos convênios firmados com o Instituto Nacional do Câncer

(Inca) do Rio de Janeiro, e com o Instituto Nacional de Qualidade em Saúde, da Fiocruz.

FAPERJ 2000 - Há outras instituições brasileiras credenciadas para realizar o exame antidoping?

Radler - Atualmente a UFRJ é a única credenciada, devido ao aparato técnico de alta tecnologia que dispoõe. E a prática do antidoping, cada vez mais comum, tem tornado outros trabalhos realizados no Instituto de Química ainda mais conhecidos, como os estudos cromatográficos e de espectro- metria de massas. Realizamos uma média de 3 mil testes/ano, fora todas as análises de controle e pesquisa, que totalizam cerca de 45 a 55 mil análises de controle de dopagem no esporte e controle de alimentos como, por exemplo, os anabolizantes em carne bovina. O laboratório envolve o trabalho de mais de 40 pessoas, entre funcionários, pesquisadores, técnicos, alunos de pós-graduação e de iniciação científica.

FAPERJ 2000 - Que problemas enfrenta atualmente o LAB DOP?

Radler - Lutamos para sensibilizar as autoridades ligadas ao Esporte e à Saúde para a necessidade de obtermos a plena capacitação. As dificuldades podem ser vislumbradas quando se constata que no hemisfério Sul só existem dois laboratórios credenciados pelo COI, na Austrália e na África do Sul. A Argentina, em 1995, teve que investir cerca de U$ 1,5 milhões para efetuar o antidoping durante o Pan-Americano, reunindo uma equipe formada inteiramente por técnicos estrangeiros. Como já era de se esperar, atualmente o laboratório argentino encontra-se totalmente desmobilizado. Ou seja, não adianta investir sem criar competência ou tradição. Os laboratórios credenciados pelo COI - 27 no mundo, em 24 países - são todos ligados a universidades, ministérios e hos pitais públicos, isto é, organismos não privados e sem fins comerciais. Todos foram construídos, equipados e treinados com dotações governamentais específicas. O investimento é de, no mínimo, 4 milhões de dólares cada.

FAPERJ 2000 - De que forma a plena capacitação do LAB DOP poderia ser viabilizada?

Radler - Através do apoio do poder público, em geral, e em especial, dos órgãos máximos do esporte no Brasil, como o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e o Instituto Nacional do Desenvolvimento do Desporto (INDESP). São entidades capazes de identificar e mobilizar as fontes de recursos necessárias ao pleno alcance de nossos objetivos e à continuidade do apoio à realização de todos os eventos esportivos realizados no Brasil e na América Latina. No momento estamos lutando para obter os recursos necessários à finalização de nossa capacitação para obtermos o credenciamento do COI, que está previsto para setembro de 2000.

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