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Publicado em: 18/06/2015
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Pesquisa avalia a qualidade do pescado na baía de Sepetiba

 Peixes da baía de Sepetiba: objeto de análise em
projeto reunindo Embrapa e Fiperj
(Foto: Divulgação)

Um estudo preliminar com cerca de trinta amostras de peixes da baía de Sepetiba, no litoral Sul do estado do Rio de Janeiro, indicou presença de organoclorados. Essas substâncias foram utilizadas intensivamente na agricultura até a década de 1980, mas ainda permanecem no meio ambiente. As análises foram feitas nos laboratórios da Embrapa Agroindústria de Alimentos, a partir de iniciativa da Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (Fiperj), interessada em avaliar a qualidade do pescado na baía de Sepetiba. Sidinea Cordeiro de Freitas, do Laboratório de Físico-Química e Minerais, da Embrapa Agroindústria de Alimentos, informa que esse ainda é um estudo inicial e exploratório, e que o recomendável será ampliar a pesquisa, futuramente, com um número maior de amostras, provenientes de diferentes pontos de coleta. Assim, se poderá avaliar de forma mais precisa os níveis de contaminantes no pescado nessa região. “Ainda falta uma regulamentação para os limites de contaminantes permitidos para pescados de captura, já que o Programa Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes, do Ministério de Agricultura, apenas regula os pescados de cultivo", avalia Sidinea.

Embrapa e Fiperj já haviam trabalhado em parceria em projetos anteriores. Tanto a metodologia do projeto quanto a escolha da localidade a ser estudada, no caso a baía de Sepetiba, e as espécies-alvo foram definidas em conjunto. Coube à equipe técnica da Fiperj promover as articulações com pescadores locais para realizar as coletas e a preparação das amostras para análise laboratorial. 

 
Pesquisa deverá apontar que contaminantes estão
mais presentes na baía de Sepetiba (Foto: Divulgação)

Segundo a pesquisadora da Fiperj Flavia Calixto, o camarão e a tainha são recursos pesqueiros de importância econômica. Já a sardinha boca-torta, apesar de não ter grande importância econômica, é um recurso abundante na baía de Sepetiba, servindo de alimento para peixes carnívoros e muitas vezes aparecendo como fauna acompanhante da pesca do camarão. Ela acrescenta ainda que, com o andamento do projeto, julgou-se necessário incluir coletas de peixes carnívoros, como a guaivira e a anchova, além da espada, já incluída nas amostras desde o início. “Na pesquisa de metais pesados, que são elementos bioacumuladores – ou seja, que permanecem no ambiente –, sua presença tende a aumentar no topo da cadeia alimentar, ou seja, nos peixes carnívoros. Também incluímos a coleta do bagre por ser um peixe que vive próximo ao fundo da baía, já que esses metais, antes em suspensão, se depositam no fundo do mar”, diz a pesquisadora. Assim, com a diversidade de espécies estudadas, o objetivo é tentar traçar uma relação entre os níveis de contaminação do ambiente e os hábitos alimentares e localização das espécies.

“No caso da baía de Sepetiba, objeto do nosso estudo, pretendemos traçar um retrato de quais contaminantes estão presentes no local para estudamos mais a fundo suas fontes de contaminação ambiental e auxiliarmos em planos de monitoramento”, fala Sidinea. O modelo adotado para a baía de Sepetiba pode ser seguido não só nesta região, mas em outros pontos do estado do Rio de Janeiro que tenham importância para o setor pesqueiro e grande influência do setor de agroindústria.

“Quando escolhemos a baía de Sepetiba, pensamos principalmente nas angústias de pescadores locais que questionam a poluição química no ambiente. Já haviam sido feitas anteriormente algumas pesquisas na região, mas nenhuma que envolvesse um órgão de pesquisa federal e um órgão público estadual de importância para o setor pesqueiro. Nosso grande objetivo é saber se existe a contaminação questionada pelos pescadores, e qual a sua extensão”, diz Sidinea.

Espera-se que, com base no mapa de contaminação a ser traçado a partir dos resultados das novas análises, os pesquisadores possam dar subsídios a políticas públicas para o setor, visando ao equilíbrio ambiental e à comercialização de alimento seguro, no caso, o pescado. “Sabemos que um plano contínuo de monitoramento da contaminação química no pescado é necessário para mostrar, de maneira mais assertiva, o real grau de contaminação ambiental”, finaliza.

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