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Publicado em: 16/03/2017
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Entre Rodas: para conquistar uma maior mobilidade nas ruas da cidade*

 

Danielle Kiffer

Camila (E) e Thais: ideia surgiu após verem que cadeirantes
têm maior dificuldade de se movimentar na rua (Fotos: Divulgação)

Um misto de empatia e empreendedorismo fez com que as jovens estudantes do curso de bacharelado em Administração do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet-RJ), Camila Silva de Figueiredo Mendes e Thaís Moreira Pinto, criassem um projeto, ao mesmo tempo, simples e inovador: um sistema de rampas portáteis para cadeiras de rodas. Camila conta que, em 2013, ela e a amiga tinham acabado de entrar como bolsistas em um estágio na Incubadora de Empresas Tecnológicas do Cefet-RJ, um pouco depois que a avó de Thaís – que no final de sua vida precisou utilizar cadeira de rodas – faleceu. Envoltas em um ambiente de inovação e afetadas pela perda de um ente querido que necessitava usar o equipamento para se locomover, as estudantes tomaram a decisão de que fariam algo que pudesse impactar na melhoria de vida de pessoas com algum tipo de necessidade. Nesse período, lembraram-se dos cadeirantes e de todas as dificuldades que passam para se locomoverem pela cidade. “Começamos a fazer uma pesquisa e constatamos que a maior dificuldade das pessoas que utilizam cadeiras de rodas é se movimentar na rua, mais do que dentro de estabelecimentos comerciais”, diz Camila.

Para isso, as duas estudantes criaram uma página nas redes sociais, “Entre rodas”, e elaboraram um questionário a fim de identificar, com maior precisão, o que realmente poderiam desenvolver em benefício dos cadeirantes. Foram entrevistados mais de 100 desses. “Muitos acabaram se envolvendo com a nossa proposta e escrevendo para o blog. Eles ficaram empolgados e aprovaram a ideia que tivemos. Faziam perguntas sobre detalhes das rampas e comentavam, por exemplo, que, muitas vezes, alguns obstáculos que podem parecer pequenos para quem não usa cadeira de rodas, são grandes para os que delas necessitam”, afirma Camila.

As manifestações dos internautas permitiram fazer ajustes e aprimorar o projeto. “Pensamos em criar rampas portáteis, que pudessem se acoplar nas cadeiras de rodas e permitir que os seus usuários não tivessem tanta dificuldade em subir pequenos degraus ou meios-fios. E levamos nossa ideia para dois alunos de Engenharia de Controle e Automação do Cefet-RJ, que tinham um projeto também voltado para o público cadeirante, dentro da incubadora de empresas da instituição.”

Com 30cm cada, as minirrampas, feitas de aço, podem
ajudar os cadeirantes a vencer obstáculos na rua,
como o meio-fio, por exemplo

Com a participação dos alunos, Camila e Thaís criaram duas minirrampas de aço, com cerca de 30 centímetros cada, que têm um braço de metal fino que se acopla ao eixo da roda principal, fazendo com que as rampas fiquem sob as rodas. “Dessa forma, esperamos que os meios-fios e outros tipos de obstáculos, um dos maiores inimigos dos cadeirantes na locomoção urbana, não sejam mais um transtorno tão grande”, diz Camila. “Queríamos um produto barato e fácil de transportar. Com o auxílio do conhecimento técnico dos engenheiros, foi desenvolvido exatamente aquilo que esperávamos. O objetivo é produzir cadeiras de rodas equipadas com o sistema de rampas. Mas para quem já possui uma cadeira, será possível carregar facilmente as minirrampas, já que são leves, dobráveis e portáteis.”

Garantir um preço acessível foi um dos critérios para a criação das rampas, já que de acordo com dados do Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), deficientes físicos na faixa de 15 a 64 anos, totalizando mais de 298 mil pessoas, buscam por maior acessibilidade e preço justo pelos seus equipamentos, pois, desse número, 54% possui renda de até um salário mínimo.

O sistema de rampas para as cadeiras de rodas foi lançado no mês de novembro  de 2016 e está em fase de testes. “Pretendemos testar as pequenas rampas com cadeirantes ainda no primeiro semestre de 2017. Já fizemos alguns testes com pessoas não-cadeirantes e o resultado foi bastante positivo. Ao fim do período de testes e dos ajustes finais, pretendemos lançar o produto para o mercado”, comemora Camila.

*Reportagem originalmente publicada em Rio Pesquisa, Ano IX, Nº 37 (Dezembro de 2016)

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