Danielle Kiffer
Dois dos criadores do Cine no Ar, Saraceni, à esq., e Martins: empreendedores pretendem criar mostras on-line e dar espaço para produções independentes (Fotos: Divulgação/Cine no Ar) |
Criado por jovens envolvidos pela arte e tecnologia, o portal Cine no Ar (http://www.cinenoar.com.br) tem dois objetivos primordiais: divulgar e valorizar o cinema brasileiro. Segundo seus criadores, o engenheiro de produção Marcos Chaves Martins, o cineasta João Paulo Saraceni e o produtor Roberto Mendes, a ideia é “mostrar para o maior número de pessoas possível um olhar da cultura brasileira do ponto de vista cinematográfico”. Desenvolvido com subsídios da FAPERJ, por meio do programa Apoio à Difusão de Ambiente de Inovação em Tecnologia Digital no Estado do Rio de Janeiro (Start-up Rio), o portal tem diversos filmes brasileiros prontos para serem exibidos: algumas raridades e outros mais populares para o público em geral. “Está tudo a um clique do expectador. Basta escolher e assistir de forma gratuita”, completa Martins.
Entre as obras do acervo, estão algumas películas mais conhecidas, como Macunaíma, estrelado por Grande Otelo, dirigido por Joaquim Pedro de Andrade e com trilha sonora composta por músicos como Heitor Villa-Lobos, Jards Macalé, Sílvio Caldas, Orestes Barbosa e Antonio Maria. O filme é baseado no romance homônimo do escritor Mário de Andrade, de 1928, considerado a mais importante de suas obras. Outro filme que pode ser visto é Villa Lobos – Uma vida de paixão, dirigido por Zelito Viana, estrelado por Antônio Fagundes, Marcos Palmeira e Letícia Spiller, contando as lembranças da vida do compositor, como a violência do pai, o peso da tristeza materna, os amores perdidos e sua impossibilidade de ter filhos. Há espaço também para as obras mais raras, como Guerra Conjugal, com direção de Joaquim Pedro de Andrade, com Lima Duarte e Ítala Nandi no elenco.
Macunaíma, protagonizado por Grande Otelo, é um dos filmes que faz parte do acervo do portal |
Martins, Saraceni e Mendes pretendem criar mostras de cinema on-line no Cine no Ar. “A ideia dessa mostra e das futuras que virão, é desenvolver um olhar diferente sobre o cinema brasileiro. Vamos expor filmes de diferentes épocas e estilos, do clássico ao contemporâneo, e revelar curiosidades sobre cada produção", explica Saraceni. A primeira mostra será sobre a Trilogia da Paixão, dirigida por Paulo Cezar Saraceni, com os filmes Porto das Caixas (1962), A Casa Assassinada (1970), e O Viajante (1998). Os três filmes são baseados na obra do romancista Lúcio Cardoso e têm trilha sonora original composta por Antônio Carlos Jobim. “Além da exibição dos filmes, haverá vídeos com o diretor e outras pessoas envolvidas na produção, exclusivos para o site. A ideia é contar como foram as filmagens e fatos interessantes que tenham acontecido no processo”, conta o engenheiro.
Martins explica que a remuneração do produtor se dá pelo pagamento de royalties a cada exibição do filme. “Estamos em busca de patrocinadores para aumentarmos o número de visualizações e, com isso, criar espaços publicitários”, conta. O Cine no Ar está constantemente em busca de títulos novos, formando audiência para o cinema independente, inclusive de alunos de escolas e faculdades de cinema. “Seria muito legal pegar produções de turmas de cinema que estão se formando e fazer uma seleção dos dez melhores curta-metragens de cada instituição, por exemplo. O Cine no Ar é uma espécie de cineclube online, para reunir as novas plateias, que se manifestam de forma virtual”, finaliza Saraceni.
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