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Publicado em: 21/10/2021
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Modelo biológico com pele humana pode facilitar testes dermatológicos

Juliana Passos

Peles de descarte em cirurgias de pessoas com idade entre 10 e 40
anos agora servem de modelo biológico (Foto: Divulgação)

Pesquisadoras da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) desenvolveram um modelo biológico para testes dermatológicos em pele humana a partir de uma parceria que permite que o tecido que iria para descarte seja destinado à pesquisa. "Os modelos existentes trabalham com animais, pele artificial ou diretamente com as células. Com esse modelo conseguimos chegar a resultados mais próximos do que ocorre na pele dos pacientes", conta a coordenadora do projeto, Bruna Romana de Souza, que é professora no Instituto de Biologia da universidade. A invenção já foi submetida a um pedido de patente.

O desenvolvimento do modelo foi feito em articulação com uma pesquisa para identificar formas de tratamento para a psoríase, doença cutânea não transmissível que tem diversas origens, como efeito colateral de determinados medicamentos, coceira excessiva em determinada região da pele e estresse. "Quando entrevistamos pacientes com psoríase, geralmente a pessoa passou por um estresse muito grave", conta a pesquisadora.

O início da psoríase pode ser incômodo, principalmente como questão estética, já que as escamações começam em partes bastante visíveis como a ponta dos dedos e nas pernas. Já no longo prazo, a doença se torna mais grave e pode se tornar bastante debilitante, pois está relacionada à artrite e também pode afetar o coração. De acordo a doutora em Biologia Humana e Experimental, estima-se que de 0,09% a 11,4% da população brasileira tenha a doença.

Bruna Souza: 'A psoríase não é uma doença
comum, mas pode se tornar bastante debilitante
com o passar do tempo' (Foto: Arquivo pessoal)

Para trazer mais evidências sobre a relação entre estresse crônico e a psoríase, Bruna coordenou uma pesquisa em que avaliaram a taxa de produção de hormônios relacionados ao estresse, chamados de catecolaminas, como a adrenalina, com o tamanho da infecção. A explicação encontrada é que esses hormônios têm bastante receptividade nas células, especialmente pelo receptor beta-adrenérgicos. E quando as catecolaminas se ligam a esses receptores há um excesso na produção de outra substância, a interleucina-17. Essa substância é acionada pela inflamação e, quando em excesso, agrava a lesão da psoríase.

Como diversos estudos indicam a dieta mediterrânea como uma das mais saudáveis, em especial pelo uso de azeite de oliva, rico em antioxidantes para contenção de inflamações, essa foi a aposta para o tratamento das lesões. "Foi um desastre. Tivemos o efeito exatamente contrário", revela Bruna. A solução veio de uma substância existente em um medicamento para regular a pressão.

Tanto o uso do azeite de oliva quanto o medicamento foram testados no modelo com pele humana desenvolvido no Laboratório de Reparo Tecidual. "Usamos a pele que seria descartada após cirurgia e estimulamos a inflamação que aconteceria na pele do paciente. E com esse mesmo modelo podemos testar novas drogas para diferentes doenças de pele", diz. Tanto o novo modelo biológico quanto as pesquisas que relacionam estresse crônico e psoríase contaram com financiamento do programa Jovem Cientista do Nosso Estado da FAPERJ.

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