Especialistas, técnicos, pesquisadores e estudantes lotaram o salão nobre do Serviço Geológico do Brasil - CPRM, na Urca, na manhã desta quinta-feira, dia 2 de junho, na abertura do primeiro Workshop Internacional de Geologia Médica realizado no país. Apoiado pela FAPERJ, o evento contou na cerimônia de abertura com a presença do diretor-presidente da Fundação, Pedricto Rocha Filho. A proposta do workshop é debater temas relacionados a essa emergente disciplina que estuda a influência dos fatores geológicos ambientais sobre a saúde humana e de animais.
Depois da solenidade inaugural, Rocha Filho explicou por que fez questão de atender ao convite para participar do evento: “É importante ficar atento ao dinamismo dessa área do conhecimento, que vem se desdobrando em novas ramificações”, disse. “Neste início de século XXI, não é mais possível se conceber a ocupação territorial, nas cidades ou no interior, sem um planejamento adequado, apoiado em dados amplos sobre o meio físico. Seja na área social, seja na área ambiental, as políticas públicas não podem deixar de considerar a escala geológica”, completou.
No discurso de abertura, o diretor-presidente do Serviço Geológico do Brasil – CPRM, Agamenon Dantas, destacou a importância desse campo de pesquisa no cumprimento dos objetivos do estado de alcançar, simultaneamente, o desenvolvimento econômico e garantir a melhora da qualidade de vida da população. “Precisamos garantir o desenvolvimento não só de tecnologias de ponta, mas também de ‘tecnologias sociais’ para atender às enormes e urgentes demandas de uma parte importante da população que ainda passa fome e sofre com a exclusão social”, disse.
O geólogo Benedito Rodrigues, um dos colaboradores do Instituto Virtual de Paleontologia (IVP) da FAPERJ, participa do evento com dois pôsteres que abordam os riscos para a população do consumo de água da bacia de São José de Itaboraí, localidade próxima a Niterói. “Naquele local havia uma pedreira de calcário, rica em cálcio e magnésio, entre outros elementos. A tendência é que com o tempo a composição da água seja modificada e, por isso, defendemos um monitoramento permanente da área”, disse o pesquisador do Museu Nacional/UFRJ. O Parque Paleontológico de Itaboraí, onde está localizada a bacia de onde é retirada a água que abastece a população de seu entorno, tem merecido atenção permanente do IVP.
O programa do workshop, que conta com a participação de especialistas estrangeiros – como o cientista americano José A. Centeio, chefe da divisão de toxicologia biofísica da U.S. Armed Forces Institute of Pathology, e o geólogo sueco Olle Selinus, do Geological Survey da Suécia –, abordará até o seu encerramento, neste sábado, quatro temas: Saúde Ambiental: Fontes de Exposição e Efeitos na Saúde dos Elementos Traço, Metais, Tóxicos e Metalóides; Toxicologia Ambiental, Estudos Geoquímicos e Efeitos na Saúde Humana; Toxicologia Analítica: Especiação dos Elementos Traço, Métodos Analíticos; e Tópicos Especiais em Pesquisa sobre Geologia Médica e Saúde Humana.
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