O seu browser não suporta Javascript!
Você está em: Página Inicial > Comunicação > Arquivo de Notícias > Farmacogenômica promete terapias individualizadas
Publicado em: 21/07/2005
ATENÇÃO: Você está acessando o site antigo da FAPERJ, as informações contidas aqui podem estar desatualizadas. Acesse o novo site em www.faperj.br

Farmacogenômica promete terapias individualizadas

Se uma pessoa lhe diz que o seu fiel analgésico é inócuo para as dores dela, acredite. Pesquisas de indústrias farmacêuticas mostram que a resposta aos analgésicos-antitérmicos pode variar até 90% de uma pessoa para outra. A razão disso está nos genes de cada um.

Descobrir os fatores genéticos que interferem no efeito das drogas sobre cada organismo – inclusive substâncias de uso comum, como o álcool e a nicotina - é o desafio da farmacogenética, ciência que nasceu na década de 1950 e hoje também é chamada de farmacogenômica.

Em suas pesquisas, os farmacogeneticistas buscam relações entre os genes e a ação de substâncias no organismo, visando à individualização da terapêutica, com o desenvolvimento de medicamentos específicos para cada paciente, mais eficazes e menos tóxicos, prescritos na dose exata. O desafio é enorme, já que são muitas as proteínas que interagem com os medicamentos. Além disso, a maioria das doenças é poligênica, o que torna ainda mais complexa a investigação.

Ao redor do mundo, pesquisadores estudam características genéticas comuns a grupos étnicos, com o objetivo de produzir medicamentos próprios para determinadas populações. Já a população brasileira é considerada a mais miscigenada do planeta, com genes indígenas, europeus e africanos convivendo em harmonia. Essa convivência representa um grande desafio para pesquisas em em farmacogenética.

 

Para integrar projetos de estudos sobre a população brasileira, foi criada a Rede Nacional de Farmacogenética/Farmacogenômica, batizada de Refargen, que tem sede virtual em www.refargen.org.br. A rede reúne 22 grupos de pesquisa das cinco regiões do país e é coordenada pelo pesquisador Guilherme Suarez-Kurtz, do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e Cientista do Nosso Estado pela FAPERJ.

 

Com o apoio da FAPERJ, Kurtz e seu grupo dedicam-se a três linhas de pesquisa: o estudo da correlação entre a ancestralidade individual e as diferenças na resposta aos medicamentos; os anti-inflamatórios; e a nicotina e a dependência ao tabagismo.

 

Em artigo publicado na revista Ciência Hoje, Kurtz apresenta um estudo com o antiinflamatório tenoxicam. A pesquisa reuniu 311 adultos, homens e mulheres, que se declararam brancos, intermediários (pardos e mulatos) ou negros – critério adotado pelo IBGE – e revelou diferença significativa em alelos do gene CYP2C9 entre brancos e negros. O gene codifica enzima de mesmo nome, responsável pela biotransformação de cerca de 15% dos medicamentos de uso clínico, como o anticoagulante varfarina, o anticonvulsivante fenitoína, o antidiabético glibencamida e vários antiinflamatórios, entre eles o tenoxicam. “Estudos clínicos mostram que os efeitos terapêuticos e as reações adversas desses medicamentos são modificados por polimorfismos desse gene, e que, em alguns casos, o ajuste da dose individual com base na informação genética melhora a relação risco/benefício”, explica o pesquisador.
Compartilhar: Compartilhar no FaceBook Tweetar Email
  FAPERJ - Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Av. Erasmo Braga 118 - 6º andar - Centro - Rio de Janeiro - RJ - Cep: 20.020-000 - Tel: (21) 2333-2000 - Fax: (21) 2332-6611

Página Inicial | Mapa do site | Central de Atendimento | Créditos | Dúvidas frequentes