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UFRJ sedia encontro sobre células-tronco embrionárias humanas
Pesquisadores e estudantes de pós-graduação lotaram auditório do campus da UFRJ no último dia 4 de novembro para acompanhar o programa de palestras e debates no I Encontro Brasileiro Sobre Células-Tronco Embrionárias Humanas. O evento, que reuniu alguns dos principais especialistas do assunto no país e no exterior, teve o apoio da FAPERJ. O diretor-científico da Fundação, Jerson Lima Silva, participou da cerimônia de abertura ao lado de representantes das instituições envolvidas na organização do encontro. O coordenador do Instituto Virtual de Doenças Neurodegenerativas (IVDN) da FAPERJ, Rafael Linden, um dos palestrantes, também participou da solenidade de abertura.
Durante sua exposição no ato de inauguração do encontro, Jerson Lima destacou a importância do evento para a ciência brasileira. “Este encontro tem um vetor que aponta para o futuro ao debater um assunto que vem gerando grandes expectativas na sociedade sobre o desenvolvimento de terapias celulares", disse. “Para além das questões científicas e práticas, a questão ética é outro aspecto importante, contemplado pelo programa, e que merece ser amplamente discutido tanto no meio científico como na sociedade”, acrescentou Jerson Lima.
A pesquisa sobre células-tronco em embriões humanos tem motivado calorosas discussões no meio acadêmico e na sociedade, levando o tema para o centro dos debates no campo da bioética. O encontro serviu para reafirmar o desejo de alguns dos principais cientistas e instituições envolvidos no assunto de compartilhar informações e padronizar protocolos de pesquisa. Selecionados em edital do CNPq do mês de agosto, cerca de 40 grupos poderão tomar parte no Instituto Virtual de Células-Tronco (IVCT), previsto para entrar no ar até o início de 2006.
“Ao lado de outros poucos países, o Brasil conta com uma política menos restritiva no que toca o assunto e que, aliada ao nosso grande potencial de pesquisa, torna o país sério candidato a assumir papel de liderança nessa área de pesquisa”, disse o idealizador do encontro, o pesquisador Stevens Rehen. Em março, com a aprovação da Lei de Biossegurança – que agora depende apenas de regulamentação –, foi autorizada a pesquisa de células-tronco embrionárias. Rehen acredita que é fundamental estabelecer protocolos únicos de cultura de células para que diferentes grupos de pesquisa possam comparar resultados e colaborar de forma mais estreita. Linden endossa o diagnóstico de Rehen: “Precisamos reunir os poucos especialistas que temos na área do cultivo dessas células e estimular a troca de informações”, defende.
Pesquisador da UFRJ e coordenador de ensino e pesquisado Instituto de Cardiologia Laranjeiras, Antonio Carlos Campos de Carvalho é o coordenador do maior ensaio clínico com células-tronco atualmente em curso no país. Participam do estudo 1.200 pacientes do SUS portadores de quatro tipos de cardiopatia: infarto agudo de miocárdio, doença coronariana crônica, cardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca decorrente do mal de Chagas. “Há muitos desafios pela frente. Um deles é qualificar o mais rapidamente possível os grupos de pesquisa que vêm trabalhando com células-tronco”, disse.
Pesquisador apoiado pela FAPERJ nos editais Pesquisa na Área Médica e Cientistas do Nosso Estado, Carvalho conta, para o bom andamento do estudo, com a ajuda da Rede Rio/FAPERJ, que proporciona a tecnologia para o preenchimento e o envio dos formulários médicos eletronicamente, facilitando a troca de informações entre as equipes de pesquisa e tratamento.
Entre os demais participantes do encontro que pertencem aos quadros da UFRJ, estavam Adalberto Vieyra, José Garcia de Abreu, Rosalia Mendez-Otero e Roberto Lent. Também participou do encontro o pesquisador Alysson Muotri, do Instituto Salk, dos Estados Unidos. A programação foi encerrada com a inauguração da Unidade Experimental de Células-Tronco Embrionárias Humanas, do Departamento de Anatomia - ICB/UFRJ.