Há alguns anos, o desenvolvimento econômico se concentrava principalmente na região metropolitana do estado. Hoje, o município de Porto Real pode ser um exemplo do crescimento acelerado de algumas regiões do interior fluminense, como constata o Índice de Qualidade dos Municípios (IQM), calculado pela Fundação Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Cide), que lançou nesta terça-feira, 11 de abril, uma publicação e um CD-Rom avaliando 92 municípios fluminenses. O evento aconteceu na sede da Câmara de Comércio e Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Cacerj), no Centro do Rio.
Essa interiorização do crescimento que se deu em torno do petróleo do norte fluminense e da indústria automobilística e metal-mecânica do vale do Paraíba foi destacada por todos que estiveram na Cacerj para o lançamento do IQM Potencial para o Desenvolvimento II. O trabalho apresenta uma detalhada análise do potencial de cada município do estado, em dados, mapas e tabelas, avaliados em 2005. A iniciativa, que contou com o apoio da FAPERJ em todas as fases de sua realização, foi elogiada pelo diretor-presidente da fundação, Pedricto Rocha Filho, que na ocasião também representava o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação Wanderley de Souza.
“Essa análise subsidia com dados o planejamento de políticas públicas que promovam o crescimento do nosso estado”, disse. Rocha Filho falou ainda da vontade política do atual governo estadual, que em parcerias com as principais instituições de ensino cariocas vem investindo na interiorização da educação fluminense, importante instrumento de formação e qualificação de mão-de-obra.
Para o secretário estadual de Planejamento e Coordenação Institucional Tito Ryff, o trabalho da fundação Cide em formar uma visão detalhada de todo o estado do Rio de Janeiro, numa análise multicriterial de cada um de seus municípios, é de grande importância não apenas para os planejadores de políticas públicas, mas também para empresários, instituições, e para toda a sociedade civil. “O IQM faz com que a população fluminense possa conhecer cada vez melhor sua realidade social e econômica”, falou.
Para o diretor executivo da fundação Cide, Ranulfo Vidigal, tudo isso “mostrava a importância do estudo realizado”. O IQM torna-se uma ferramenta especialmente importante para viabilizar um planejamento mais estratégico que permita um crescimento mais equilibrado do estado do Rio de Janeiro.
Se houve algumas surpresas, como o crescimento de Porto Real, que depois da instalação do pólo metal-mecânico na região do médio Paraíba, subiu da classificação de 55 lugar no Índice de Qualidade dos Municípios, em 1998, para o 7, avançando 48 posições, também houve confirmação de resultados anteriores: Rio e Niterói permaneceram no topo do ranking, ocupando o 1 e 2 lugares do IQM, a mesma posição da edição passada. E Campos se manteve na mesma colocação que tinha em 1998: o 9 lugar.
O município de Rio das Ostras foi outro que também cresceu rápido. Do 23 lugar, em 1998, hoje ocupa o 6, subindo 17 posições, graças à atividade de extração de gás e petróleo no norte fluminense e baixadas litorâneas. Outros pontos do estado também mostraram dinamismo industrial. A implantação em Resende de uma fábrica da Volkswagen, além de haver contribuído para um significativo aumento de arrecadação, também estimulou inúmeros outros empreendimentos, estabelecendo uma nova estrutura industrial na região.
Depois de haver amargado uma retração de sua indústria fabril, Nova Friburgo agora se destaca na confecção de moda íntima. E Petrópolis desde o ano passado também voltou a investir na reforma de suas antigas fábricas e em novos equipamentos para uma retomada na indústria têxtil, que foi a que mais gerou empregos na cidade no último ano
A iniciativa do poder público também tem criado transformações. A reativação da indústria naval certamente contribuiu para que São Gonçalo passasse do 44 lugar para o 19, crescimento que também se deve à expansão da atividade do comércio. E a ampliação da refinaria de Duque de Caxias e a inauguração do pólo gás-químico impulsionam o desenvolvimento daquele município.
Para registrar esses desempenhos, a Cide fez uso de seu enorme banco de dados, cruzando informações de fontes diversas, como secretarias de estado, IBGE, Banco Central e concessionárias de serviços públicos, como Light e Cedae. Foram percorridos ainda mais de 4.500km e visitados 62 municípios, o equivalente a 2/3 do total do estado do Rio de Janeiro, numa pesquisa de campo.
Para classificar todos esses dados, foram usados como indicadores o que se considerou condições básicas para o desenvolvimento de cada município: dinamismo, centralidade e vantagem locacional, riqueza e potencial de consumo, qualificação de mão-de-obra, facilidades para negócios, infra-estrutura para grandes empreendimentos e cidadania. Para qualificar o desempenho do município em cada um desses indicadores, obedeceu-se ao seguinte critério: os dez melhores foram colocados na classe A; entre o 11 e o 30, na B; do 31 ao 62, na C; do 63 ao 82, na D; e na E, os de pior desempenho.
Os vinte primeiros colocados no IQM são Rio de Janeiro; Niterói, Macaé; Volta Redonda; Resende; Rio das Ostras; Porto Real; Casimiro de Abreu; Campos dos Goytacazes; Duque de Caxias; Piraí; Petrópolis; Cabo Frio; Barra Mansa; Vassouras; Nova Iguaçu; Três Rios; Búzios; São Gonçalo e Itaguaí. E os dez últimos são: Paty do Alferes; Trajano de Moraes; Tanguá; São Sebastião do Alto; Japeri; São José do Vale do Rio Preto; São José do Ubá; Varre-Sai; Sumidouro; e, por último, São Francisco do Itabapoana em 92 lugar.
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