Mario Nicoll
Vinicius Zepeda |
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Carvalho apresenta o animal |
Apresentado ao público na terça-feira, dia 17, o animal teve seus fósseis encontrados em rochas na região de Marília, no Estado de São Paulo e gerou importantes estudos comandados por Carvalho e por Pedro Henrique Nobre, ambos do Departamento de Geologia da UFRJ. O trabalho foi publicado na revista científica Gondwana Research.
Além do tamanho e do peso – cerca de
Arte: Pepi |
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Adamantinasuchus navae convivia com crocodilos |
O focinho curto e alto, as narinas frontais, as grandes órbitas oculares, fêmur longo e arcada dentária semelhante à dos mamíferos são traços peculiares que intrigaram os pesquisadores que estudaram o animal que teve sua linhagem extinta. “São características anatômicas até então desconhecidas pela ciência que conferem a ele uma grande importância”, observou Carvalho.
Réptil com jeito de mamífero
Vinicius Zepeda |
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Pequeno fóssil original do crânio do A. suchus |
Com membros posteriores maiores que os anteriores, o animal tinha postura mais ereta que outros répteis. O tamanho das pernas e as narinas frontais – normalmente os crocodilos têm narinas mais ao alto da cabeça para facilitar a sobrevivência em ambientes aquáticos – fazem presumir que era terrestre e que percorria grandes distâncias. Ele vivia em clima seco e quente num ambiente árido altamente desfavorável. Esses longos períodos de seca eram seguidos de grandes inundações, em que ele também se adaptava.
Os olhos grandes indicam que ele teria hábitos noturnos para fugir das altas temperaturas que chegavam a 80 C. Como conviveram com toda essa adversidade, os pesquisadores presumem que era um animal oportunista. “Assim como os mamíferos, eles viviam em ambientes ecológicos diversos”, comparou. Esse oportunismo e a semelhança nos dentes fizeram com que os pesquisadores concluíssem que o A. navae ocupava o espaço que hoje é dos mamíferos na cadeia alimentar.
As diferenças em relação a outros crocodilomorfos e algumas semelhanças com os mamíferos levaram a uma comparação inusitada com uma raça canina. “Lembra muito um cachorro chihuahua”, disse Carvalho.
Descoberta contra o tempo
O nome do animal é uma homenagem à formação rochosa Adamantina, onde foram encontrados os fósseis, e a seu descobridor, William Nava, coordenador do Museu de Paleontologia de Marília,
Vinicius Zepeda |
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Na vitrine, a reconstituição do esqueleto e, |
Por pouco, os fósseis do A. navae não se perderam. “Quando cheguei na obra, o lago da represa já estava sendo cheio, mas acabei encontrando os fósseis. Por uma questão de tempo, a essa altura os fósseis poderiam estar perdidos para sempre”, revelou Nava.
O estudo teve apoio da FAPERJ, Instituto Virtual de Paleontologia, CNPq, UFRJ, Museu de Paleontologia de Marília e Prefeitura de Marília.
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