Vinicius Zepeda
Vinicius Zepeda |
Gilson dos Santos Jr. (à esq.) e Robson Dias, |
O desenvolvimento do equipamento conta com o apoio do edital Rio Inovação II, uma parceria da FAPERJ com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério de Ciência e Tecnologia). De acordo com seus idealizadores, seu funcionamento é extremamente simples: instalado no poste junto ao transformador, o equipamento recebe a energia monofásica, que antes era distribuída diretamente às residências rurais, e a transforma em trifásica. Tudo isso é controlado por um microprocessador, o cérebro do Monotri. "A energia que hoje chega ao campo é distribuída pelas concessionárias que atendem ao programa Luz Para Todos, instituído pelo governo federal para a universalização da eletricidade. No entanto, os custos de investimento em redes de alta qualidade não são atrativos para essas empresas, o que acaba conduzindo à utilização da energia monofásica para cumprir o programa governamental", explica Gilson.
Equipamento poderá contribuir para evitar êxodo rural
Segundo o engenheiro, a energia que chega atualmente ao campo não raro impede empresários e agricultores de investir na compra de máquinas e equipamentos de alta performance que permitiriam um aumento dos números da produção em fazendas e empreendimentos rurais. O que soa como um evento localizado acaba tendo conseqüências mais extensas: trabalhadores rurais migram em busca de melhores oportunidades de trabalho, aumentando as populações situadas nas periferias das cidades grandes. A baixa qualidade da energia disponibilizada no interior também prejudica as próprias concessionárias, obrigadas a constantes gastos com manutenção e reparos da rede elétrica. "Com o Monotri, o trabalhador rural terá acesso a uma energia de alta qualidade e estável, semelhante à encontrada nos grandes centros. Sua utilização poderá contribuir para evitar que lavradores abandonem o campo. Além disso, as concessionárias também serão beneficiadas com um menor custo de manutenção da rede elétrica nesses locais", diz.
Vinicius Zepeda |
O "cérebro" do Monotri: microprocessador transforma a energia monofásica em trifásica |
Estima-se que uma unidade do produto seja capaz de suprir energia, em média, a 20 residências rurais, embora esse número possa variar de acordo com a quantidade de aparelhos elétricos utilizados por uma mesma propriedade e também pelas dimensões do terreno ocupado. Sua utilização no meio rural, de qualquer forma, serve tanto para garantir o bom funcionamento de equipamentos residenciais quanto para picadeiras, irrigadores, aquecedores, bombas, ordenhadeiras mecânicas e misturadores de ração. Um protótipo industrial está em fase de finalização. E até o fim de 2007, depois de testado, um lote experimental deverá estar pronto para uso, com as certificações para a comercialização do Monotri já obtidas junto aos órgãos responsáveis. A estimativa é de que no começo de 2008 o produto esteja disponível no mercado.
Gilson Ferreira dos Santos Júnior lembra que o equipamento é destinado à comercialização em países com grandes áreas rurais. "Em 2005, depois de participarmos de um congresso internacional de tecnologia para o campo, realizado no Rio de Janeiro, empresas brasileiras que conhecem o mercado de negócios no interior da China se interessaram pelo Monotri. Em 2008, esperamos não só contribuir para o desenvolvimento das atividades ligadas ao campo no Brasil, como também exportar o produto para países com grandes áreas rurais, como é o caso da China", conclui.
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