Débora Motta
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Serviço especializado para bebês com síndrome de Down e suas mães no Huap/UFF é um passo para inclusão social |
O ponto de partida do projeto foi implementar um centro de pesquisa voltado para o aprimoramento do diagnóstico durante o pré-natal e o acompanhamento pós-natal. Segundo Alan Vieira, a detecção precoce da anomalia genética, ainda no ventre materno, é um diferencial para oferecer um tratamento adequado para mães e filhos. “O diagnóstico precoce permite preparar a família para receber melhor o recém-nascido com síndrome de Down, além de favorecer o atendimento, visando minimizar as complicações perinatais”, diz.
Para saber se o feto é portador da cromossomopatia, recorre-se ao uso da tecnologia. O software de análise antenatal (Fetal Test), de aplicação inédita na rede de saúde pública do Rio, ajuda no diagnóstico da síndrome de Down, com probabilidade de “falso positivo” de apenas 5%. “O programa associa fatores biofísicos (translucência nucal, identificação do osso nasal e Doppler do ducto venoso), marcadores bioquímicos (dosagem sérica de βhCG e de proteína A plasmática associada à gestação) e histórico familiar, o que gera uma pontuação que indica a probabilidade do feto ter cromossomopatias."
Após receberem o diagnóstico positivo da anomalia genética – principal causa de atraso no desenvolvimento motor em crianças –, as mães são encaminhadas para dar à luz de uma forma mais humanizada. “As pacientes são direcionadas a um programa de incentivo à amamentação, com cuidados fisioterápicos específicos e apoio psicológico à gestante”, diz Vieira, acrescentando que mães e bebês são acompanhados por uma equipe de saúde multidisciplinar, formada por médicos (obstetras, pediatras e neonatologistas), fisioterapeutas, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros.
O centro é o único em toda a região metropolitana de Niterói a oferecer um atendimento diferenciado para mães e crianças especiais. “Existem cerca de dois milhões de habitantes nessa região, mas não existe nenhum outro hospital público que ofereça um serviço especializado em atender portadores da síndrome de Down”, destaca.
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Bebê que teve derrame pleural nasce após cirurgia no ventre
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O professor lembra ainda que, na maioria dos países desenvolvidos, as mães que recebem diagnóstico de que seus fetos têm cromossomopatias, como a síndrome de Down, são encaminhadas à interrupção da gestação. “O tema ainda é um tabu e existem poucas pesquisas científicas voltadas para o estudo dessa anomalia genética”, avalia Vieira, ressaltando a importância do projeto. “Os pacientes especiais precisam ser atendidos de uma forma peculiar para que conquistem uma inclusão social plena.”
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